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quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Protestos contra o golpe são massacrados e reprimidos com detenções em SP

Fora Temer Contra o Golpe (35)Integrantes de movimentos sociais e sindicais ocuparam ontem (29) diversas vias públicas do país e prometem fazer o mesmo nesta terça-feira (30) e quarta-feira (31) em protestos contra o golpe orquestrado pela direita conservadora para implementar uma política recessiva e antipopular por meio das reformas previdenciária e trabalhista, entre outras.
Em São Paulo, a manifestação em defesa da democracia realizada na noite de segunda, na Avenida Paulista, foi severamente reprimida pela Polícia Militar, que disparou bombas de efeito moral e usou gás lacrimogêneo, provocando tumulto e correria. Manifestantes foram impedidos de se aproximar do prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
“Essa ofensiva da direita não visa apenas a substituir o governo, o qual não apoiamos, visa implantar uma agenda para transferir recursos do povo ao grande capital e às multinacionais de modo a restabelecerem o acúmulo de capital”, disse o secretário-geral da Intersindical Central da Classe Trabalhadora, Edson Carneiro Índio, em entrevista à Agência Brasil e ao site G1. Índio explicou que os policiais “tentaram interromper a manifestação antes de começar”.
Nesta terça-feira (30), três companheiros do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) foram detidos por ocuparem vias da capital paulista. Uma quarta pessoa, que passava pelo local, também foi arbitrariamente detida.  
A Marginal Tietê no sentido Rodovia Ayrton Senna foi interditada logo pela manhã.  A Marginal Pinheiros, na altura da Ponte Transamérica, também foi bloqueada por meia hora, por volta das 7h. A Rodovia Régis Bitteencourt foi bloqueada na altura do km 272. A Avenida Nove de Julho foi bloqueada na altura do Vale do Anhangabaú.
Também houve registro de manifestações na Radial Leste, próxima a estação Itaquera do Metrô, e na Avenida Jacu-Pêssego, próxima ao Rodoanel e à divisa com Mauá.
O líder do MTST, Guilherme Boulos, afirmou em sua página no Facebook que “as ações de hoje são expressão da resistência contra o golpe em curso no Brasil”.
“Um golpe contra a soberania do voto popular, mas também contra os direitos sociais. Os direitos dos trabalhadores e os programas sociais, conquistados com muita luta, estão seriamente ameaçados pelo governo ilegítimo de Michel Temer. As contratações de moradia do programa Minha Casa Minha Vida permanecem suspensas. Não aceitamos o golpe, nem contra a democracia nem contra nossos direitos. Não reconhecemos no Senado a legitimidade para decidir os destinos do país. A resistência seguirá nas ruas”, diz ele.

Fora Temer Contra o Golpe (1)
Fora Temer Contra o Golpe (2)
Fora Temer Contra o Golpe (3)
Fora Temer Contra o Golpe (4)
Fora Temer Contra o Golpe (5)
Fora Temer Contra o Golpe (6)
Fora Temer Contra o Golpe (7)
Fora Temer Contra o Golpe (8)
Fora Temer Contra o Golpe (9)
Fora Temer Contra o Golpe (10)
Fora Temer Contra o Golpe (11)
Fora Temer Contra o Golpe (12)
Fora Temer Contra o Golpe (13)
Fora Temer Contra o Golpe (14)
Fora Temer Contra o Golpe (15)
Fora Temer Contra o Golpe (16)
Fora Temer Contra o Golpe (17)
Fora Temer Contra o Golpe (18)
Fora Temer Contra o Golpe (19)
Fora Temer Contra o Golpe (20)
Fora Temer Contra o Golpe (21)
Fora Temer Contra o Golpe (22)
Fora Temer Contra o Golpe (23)
Fora Temer Contra o Golpe (24)
Fora Temer Contra o Golpe (25)
Fora Temer Contra o Golpe (26)
Fora Temer Contra o Golpe (27)
Fora Temer Contra o Golpe (28)
Fora Temer Contra o Golpe (29)
Fora Temer Contra o Golpe (30)
Fora Temer Contra o Golpe (31)
Fora Temer Contra o Golpe (32)
Fora Temer Contra o Golpe (33)
Fora Temer Contra o Golpe (34)
Fora Temer Contra o Golpe (35)

domingo, 21 de agosto de 2016

Nao é tese, é ofensa explicita

 
 Por: Jorge Luís Souto Maior

Teor da entrevista concedida por Jorge Luiz Souto Maior a Vitor Nuzzi, da Revista do Brasil, tratando do "negociado sobre o legislado" e outras tentativas de redução de direitos trabalhistas:

O governo interino parece relacionar a melhoria da economia com as pretendidas reformas, particularmente da Previdência e trabalhista. Uma coisa depende mesmo da outra?

Se melhoria da economia estivesse relacionada à redução dos custos trabalhistas o Brasil seria uma das maiores potências econômicas do mundo, pois o custo do trabalho no Brasil é um dos mais baixos do planeta. Além disso, o Brasil tem feito reformas trabalhistas, na linha da redução de custos, desde 1964, e nenhum resultado positivo se obteve para a economia nacional. Os benefícios serviram às multinacionais que se enriqueceram às custas do trabalhador brasileiro, sendo que os lucros foram remetidos ao exterior.
Em texto, o senhor afirma que o propósito central do golpe é eliminar direitos trabalhistas. A CNI e outras entidades empresariais estariam “cobrando a fatura” do governo interino?

O golpe não se estabeleceu pelas entidades empresariais, mas algumas delas perceberam que a onda de quebra institucional instalada no país e justificada para, supostamente, acabar com a corrupção ou a imoralidade, constituiria o ambiente favorável para eliminar as instituições que, apesar de tudo, ainda resistem aos avanços da exploração do trabalho, quais sejam, a Constituição Federal, a Justiça do Trabalho e o Direito do Trabalho. Desde o final de 2015 passaram, então, a insuflar o impeachment, favorecendo grupos políticos específicos, e agora, efetivamente, cobram a conta do governo interino, até porque este não tem como se manter no poder senão com o apoio dessa parcela empresarial, afinal não possui qualquer base eleitoral. Essa associação entre o governo e parte do setor empresarial denuncia a existência do golpe de Estado, já que o impeachment não está de fato relacionado a efetivas e significativas infrações da presidenta e sim ao propósito de obter vantagens com a quebra institucional.

O que o senhor pensa da tese do negociado sobre o legislado? É, de fato, uma “modernização” do universo do trabalho?

Isso não é uma tese. É uma ofensa explícita à classe trabalhadora, uma vez que nunca houve obstáculo para que o negociado prevalecesse sobre o legislado, com a exigência de que o que se negocia traga vantagens aos trabalhadores superiores às garantias já fixadas em lei, que são fruto de lutas históricas. Então, o que se quer é destruir os avanços conquistados, sob o falso argumento de que se está “modernizando” as relações de trabalho, valendo lembrar que argumento igual a esse já se expressava desde o início da década de 90.

Há um projeto na Câmara que trata do tema. As condições de trabalho ajustadas mediante convenção ou acordo coletivo prevaleceriam sobre o disposto na lei, desde que não contrariem a Constituição e as normas de medicina e segurança do trabalho. O presidente do TST, ministro Ives Gandra Filho, é simpático à proposta.

O que está dito não é o que se quer realizar, até porque se a negociação não pode contrariar a Constituição e se a Constituição diz que as normas infraconstitucionais, incluindo as que decorrem de negociação coletiva, devem melhorar a condição social dos trabalhadores, não haveria a possibilidade jurídico-formal, conferida pelo próprio PL, de uma negociação coletiva reduzir direitos fixados em lei. O que se quer é usar a negociação para reduzir direitos e, mais ainda, o que se pretende é mesmo acabar com a proteção legal do trabalho, promovendo, ao mesmo tempo, uma destruição da ação sindical. Ora, em um ambiente sem garantia de emprego e com desemprego alarmante os sindicatos seriam facilmente chantageados a aceitar reduções de direitos e isso dificultaria ainda mais a identidade do trabalhador com a entidade sindical, sendo que o mesmo problema ocorreria se o sindicato não aceitasse a redução e a empresa, por vingança, efetivasse a dispensa coletiva de trabalhadores. A questão é que a ação sindical serve para melhorar as condições de trabalho e não para legitimar reduções. Atribuir essa função ao sindicato equivale a destruí-lo na essência.
O interessante é que nos momentos de pleno emprego, com sindicatos fortes, instrumentalizados por um direito de greve não submetido a intervenção estatal, os empregadores não querem a livre negociação coletiva, defendendo a prevalência da legislação, como se deu no Brasil na década de 30. A promessa constitucional foi a da melhoria da condição social dos trabalhadores, e nenhum argumento de crise pode obstar a implementação de um esforço neste sentido, até porque o Direito do Trabalho é essencialmente um direito de tempos de crise, para impor limites à sanha autodestrutiva do capital.

E quanto ao projeto de terceirização, aprovado na Câmara e agora tramitando no Senado? Governo e empresas falam em “segurança jurídica”, enquanto os trabalhadores afirmam que a proposta, como está, representa “precarização”.

Se essas empresas defendem segurança jurídica, por que não aceitam conferir aos trabalhadores estabilidade no emprego? Isso sim seria uma segurança jurídica saudável para as relações de trabalho e para a economia como um todo. Independentemente disso, qualquer cidadão ou empresa só terá efetiva segurança jurídica se cumprir as leis. O que parcela do empresariado quer, para satisfação de seus interesses particulares e não para a melhoria da economia nacional, é descumprir a Constituição, que alçou os direitos trabalhistas a patamar de direitos fundamentais. E querem fazer isso com “segurança jurídica”, sendo que a melhor forma que encontraram para atingir esse objetivo foi a de fragilizar a classe trabalhadora, precarizando não apenas as suas condições de trabalho, mas a sua própria condição humana, vez que essa situação praticamente impede a ocorrência de reações individuais ou coletivas no sentido da exigência quanto ao efetivo cumprimento de direitos.

Em 2014, em entrevista, o empresário Benjamin Steinbruch falou que nos Estados Unidos “você vê o cara comendo sanduíche com a mão esquerda e operando a máquina com a direita”. Sugeriu que o horário de almoço poderia ser objeto de negociação direta entre as partes. Talvez seja factível, mas não é um exemplo extremo?

Já que disse isso, seria, então, muito interessante ver esse senhor trabalhando como terceirizado na construção civil, comendo com uma mão e serrando madeira com a outra; ou em um frigorífico, comendo com uma mão e passando o facão na carne com a outra; ou como motorista de carreta, dirigindo 14 horas por dia, sete dias por semana, e comendo com uma mão e dirigindo com a outra…
Retóricas à parte, o fato é que a ordem jurídica, voltada à preservação da dignidade humana, foi construída de forma a não sofrer qualquer tipo de abalo diante das cobranças do pensamento econômico que despreza a condição humana do trabalhador.
 
 
Jorge Luís Souto Maior
Graduação em Direito pela Faculdade de Direito Sul de Minas (1986), Mestrado (1995) e Doutorado (1997) em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Pesquisa, em nível de pós-doutorado, realizada na França em 2001, financiada pela CAPES, sob orientação do Prof. Jean-Claude Javillier, professor da Universidade de Paris-II. Atualmente é professor livre docente da Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de Direito, com ênfase em Direito do Trabalho, atuando principalmente nos seguintes temas: Direito do Trabalho, Teoria Geral do Direito do Trabalho, História do Direito do Trabalho, Direitos Humanos, Processo do Trabalho e Justiça do Trabalho.
Reproduzida em: 
http://www.dmtemdebate.com.br/jorge-luiz-souto-maior-nao-e-tese-e-ofensa-explicita/

Vide também:
http://www.redebrasilatual.com.br/revistas/120/nova-agenda-velha-8988.html

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Centrais sindicais ocupam as ruas em defesa dos empregos e da garantia de direitos dos trabalhadores

Postado; Intersindical Central da Classe Trabalhadora

Os trabalhadores/as brasileiros enfrentam dois grandes desafios: o aumento do desemprego com a redução de salários e a tentativa de desmonte das políticas de inclusão social garantidas na Constituição Cidadã de 1988. As medidas apresentadas pelo governo interino de Michel Temer (PMDB) são medidas contra você, trabalhador/a!
Idade mínima para aposentadoria de 65 anos para homens e mulheres, fim da Carteira Assinada (CLT) ao permitir que acordos coletivos estejam acima das leis trabalhistas, terceirização sem limites e precarização dos empregos são algumas das medidas que vêm sendo anunciadas pelo governo interino.
Considerando a urgência de barrar as propostas que retiram os direitos dos trabalhadores/as e a necessidade de aumentar os níveis de emprego, as centrais sindicais ocupam as ruas neste “Dia Nacional de Mobilização e Luta pelo Emprego e pela Garantia de Direitos” para reivindicar a adoção das seguintes medidas:
  • Redução da taxa de juros que viabilizem a retomada do crescimento industrial;
  • Redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução de salários;
  • Retomada do investimento público e privado em infraestrutura produtiva, social e urbana, ampliando os instrumentos para financiá-la;
  • Retomada e ampliação dos investimentos no setor de energia, como petróleo, gás e fontes alternativas renováveis, em especial a Petrobrás;
  • Defesa do Pré-Sal e contra o PL 131 que retira da Petrobrás o direito de atuar como operadora e possuir participação mínima de 30% nos consórcios de exploração do Pré-Sal;
  • Destravamento do setor de construção por meio de instrumentos institucionais adequados, que garantam a manutenção das atividades produtivas e dos empregos nas empresas do setor;
  • Criação de condições para o aumento e manutenção da produção e das exportações da indústria de transformação;
  • Fortalecer políticas que deem sustentação ao setor produtivo, de adensamento das cadeias e reindustrialização do País, com contrapartidas sociais e ambientais;
  • Incentivos às políticas de fortalecimento do mercado interno para incrementar os níveis de produção, consumo, emprego, renda e inclusão social;
  • Contra o PL 257 que repactua o pagamento das dívidas dos estados com a União e congela investimentos no serviço público impedindo novos concursos públicos e reajustes salariais;
  • Contra a PEC 241/2016 que congela os investimentos públicos por 20 anos para pagar a dívida pública, causando danos à saúde, educação, transporte, entre outros.

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

A estratégia de Temer para uma contra-reforma trabalhista

Por Pedro Rafael Vilela, no Brasil de Fato | Imagem: Gilberto Maringoni

 Para reduzir salários, aumentar de jornadas e outros retrocessos, governo quer dar a sindicatos “poder” de renunciar a direitos. Em plena recessão, mudança seria devastadora

 

























O governo federal vai propor um projeto de lei para permitir que empresas possam reduzir salários e até mesmo aumentar a jornada diária de trabalho dos seus empregados.
O objetivo, segundo o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, é “prestigiar” as convenções coletivas, que teriam poder para flexibilizar direitos previstos na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). “A CLT virou uma ‘colcha de retalhos’ que permite interpretações subjetivas”, criticou Nogueira em declarações à imprensa, na última quarta-feira (20).
O próprio presidente interino Michel Temer disse há semanas, durante reunião com empresários e ministro da área econômica, que seu governo “vai enfrentar todas as resistências” para aprovar as reformas da Previdência e Trabalhista.
“Mesmo se tiver manifestações contra, que são da democracia, vamos enfrentar”, avisou Temer. A fala ocorre pouco depois de o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, após reunião com Temer, ter citado, como exemplo para o Brasil, o caso da França, que passou a permitir jornada semanal de trabalho de até 80 horas.
Após muita repercussão negativa, a declaração de Andrade foi corrigida pela CNI, que afirmou que, na França, o máximo seriam 60 horas e que o presidente se enganou com a citação, mas que, “em nenhum momento”, teria defendido aumento da jornada de trabalho prevista na Constituição, que é de 44 horas semanais.
Mais trabalho, menos salário
A reforma trabalhista que o presidente em exercício Michel Temer pretende enviar ao Congresso Nacional até o fim deste ano vai permitir que as convenções coletivas prevaleçam sobre as normas legais.
De acordo com a CNI, a proposta seria o caminho para “modernizar” as relações de trabalho no Brasil. Em nota, a confederação avaliou que a negociação coletiva é a forma pela qual empresas e trabalhadores, por meio de sindicatos, assumem o “protagonismo” ao formularem condições e rotinas de trabalho, de acordo com a Constituição e com os princípios da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Mas, para a advogada Fernanda Rocha, do escritório Rocha Advogados Associados, em Brasília, o que o governo chama de “prestigiar” a negociação coletiva é uma “falácia” para legalizar o corte de direitos. “Liberdade para que se reduza direitos não é dar liberdade, mas colocar uma faca no pescoço dos sindicatos.
Na prática, como não será mais preciso observar a CLT em relação à jornada e a salário, as empresas poderão condicionar aumentos salariais, por exemplo, ao maior parcelamento de férias, redução de intervalo de almoço ou aumento de jornada diária”, aponta. Ela explica que já existe liberdade nas negociações coletivas. “As convenções servem para ampliar direitos dos trabalhadores já previstos na CLT, mas nunca reduzir esses direitos. O que se está propondo uma autorização para que os sindicatos negociem abaixo do que está na lei e, até mesmo, na Constituição”.
Jornada e banco de horas
Um dos objetivos do setor empresarial, prevê Fernanda Rocha, é mexer “banco de horas”, para torná-lo ilimitado. Aprovado em 1998, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o banco de horas já foi uma flexibilização da legislação trabalhista. Antes, o trabalhador, para fazer hora extra, deveria receber adicional de 50% sobre cada hora trabalhada.
Com o banco de horas, essa hora extra deixou de ser remunerada e passou a ser compensada apenas com folga. Além disso, o banco de horas só pode ser validado por meio de negociação coletiva, com prazo máximo de um ano para compensação, e não pode exceder duas horas extras diárias.
Com o fim dessas restrições, as empresas poderão aprovar, em acordo coletivo, jornadas diárias superiores a 10 horas. “A ideia é que, em época de alta produção, os empregados trabalhem 15, 16 horas e, na época de baixa produção, a empresa possa folgas coletivas”, exemplifica Fernanda Rocha, advogada trabalhista.
“À primeira vista, o trabalhador pode até achar interessante a possibilidade de acumular folgas, mas existem orientações tanto da Organização Internacional do Trabalho [OIT] quanto da Organização Mundial da Saúde [OMS] sobre os riscos do excesso de jornadas, principalmente jornadas superiores a 10 horas diárias. O entendimento do TST [Tribunal Superior do Trabalho] também é de que limite de jornada é uma questão de saúde e segurança do trabalhador e não pode ser negociado. O direito do trabalho também existe para proteger o trabalhador dele mesmo”, argumenta Fernanda.
Na flexibilização pretendida pelo governo Temer, também seria possível reduzir o salário dos empregados por meio de acordo coletivo. “Um ano em que a empresa tiver prejuízo, ela pode reduzir o salário dos empregados sem, necessariamente, reduzir a jornada”, afirma Fernanda.
“Todas essas mudanças, se aprovadas, na minha avaliação, são flagrantemente inconstitucionais e serão questionadas no Supremo Tribunal Federal (STF) e no TST”, acrescenta.

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Domingo em defesa da democracia, contra o golpe de Temer e seus comparsas

Fora Temer - AleMaciel (11)p

Postado: Intersindical Central da classe Trabalhadora

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O domingo (31) foi marcado por uma série de atos contra o golpe e o ilegítimo governo de Michel Temer em diversas cidades do país. Em São Paulo, mais de 40 mil pessoas ocuparam o Largo da Batata e caminharam rumo ao escritório político e as imediações da residência do presidente interino.
Edson Carneiro Índio, secretário-geral da Intersindical Central da Classe Trabalhadora, ressaltou a necessidade de se construir uma unidade dentro da esquerda “para fazer frente a esse governo que representa o capital internacional e corrupto que se apropriou do poder”. “Esse golpe é para dizimar o direito dos trabalhadores, aprovar a terceirização, entregar o pré-sal e aumentar a opressão sobre o povo”, afirmou Índio, sob fortes aplausos.
Guilherme Boulos, líder do MTST, lembrou que não se trata apenas do golpe e sim do projeto do golpe. “O que quere nos impor é o retrocesso de mais de 30 anos, fazer o povo trabalhar 80 horas, querem que  povo se aposente só no caixão”, discursou.
Sobre que acontecia paralelamente na Av.Paulista em defesa de Temer, Boulos  lembrou que a  baixa adesão mostra que muitos dos que tomaram a avenida, meses atrás, perceberam sofreram que foram vítimas de um estelionato midiático. “Levaram o povo a crer que iam acabar com a corrupção quando na verdade acabaram colocando quadrilheiros no poder”, disse.

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O ex-senador Eduardo Suplicy foi homenageado por sua luta, na semana passada, durante uma ocupação em São Paulo que culminou com sua detenção pela Polícia Militar, e defendeu a presidente afastada Dilma Rousseff, dizendo que ela não cometeu crime de responsabilidade.
Os deputados federais Luiza Erundina e Ivan Valente, do Psol-SP, compareceram. “Eu lutei como muitos que aqui estão contra a ditadura militar. Fomos expulsas do Nordeste porque defendíamos a reforma agrária e a democracia”, discursou Erundina. Ela conclamou a população a ir às ruas defender a democracia e pedir a saída de Temer.
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) enfatizou o papel da mídia no golpe. “A Rede Globo demorou 50 anos para pedir desculpas pelo golpe de 1964. Vamos ver quanto tempo vai levar para se desculpar pelo golpe que está promovendo agora”.
Fora do Brasil foram realizados protestos contra o governo golpista de Michel Temer. Em Lisboa, a praça do Rossio foi tomada por bandeiras do Brasil e de Portugal. O ato foi marcado por um pequeno cordão humano com as pessoas enquadradas por uma faixa “Golpe nunca mais, fora Temer”.

Fotos do ato em São Paulo

Fora Temer - AleMaciel (1)

Fora Temer - AleMaciel (2)

Fora Temer - AleMaciel (10)

 Fora Temer SP 002

Fora Temer SP 001

Fora Temer - AleMaciel (2)
Fora Temer - AleMaciel (10)
Fora Temer - AleMaciel (4)
Fora Temer - AleMaciel (12)
 Fora Temer - AleMaciel (14)
Fora Temer - AleMaciel (16)
Fora Temer - AleMaciel (21)
Fora Temer - AleMaciel (20)
Fora Temer - AleMaciel (23)

Ato no Rio Grande do Sul

Fora Temer RS 001
Fora Temer RS 002

Fora Temer RS 003

Fora Temer RS 004