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quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Assentamento pode ser despejado com uso de força policial em 24 de janeiro

16 de janeiro de 2013
Coletivo de Comunicação do Assentamento Milton Santos

O Assentamento Milton Santos é uma comunidade consolidada há 7 anos por 68 famílias que batalharam na luta pela reforma agrária e construíram suas casas e suas vidas mantendo plantação e produção de alimentos na região de Americana, São Paulo. No entanto, desde julho de 2012, os moradores do Milton Santos vêm sofrendo pressões para saírem das terras nas quais foram legalmente assentados pelo presidente Lula e pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em 23 de dezembro de 2005.

Em meados do ano passado, o Incra foi intimado a cumprir uma reintegração de posse solicitada pela família Abdalla, antiga proprietária do terreno que teve parte de sua propriedade confiscada, na década de 1970,  por conta de dívidas que mantinha com o Estado. Ignorando o longo e doloroso processo de consolidação da comunidade de pequenos agricultores – que conta inclusive com apoio de diversos programas governamentais – o desembargador federal Luiz Stefanini autorizou a ordem de despejo.

Desde então, várias tentativas se seguiram no sentido de reverter a situação. Conversas com representantes do governo e ações de protesto foram realizadas, mas nenhuma delas trouxe a garantia que as famílias precisam para voltarem a suas vidas e continuarem a sua produção.

No início desse ano, no dia 09 de janeiro, o Incra foi oficialmente comunicado da decisão judicial, que estabelece o prazo de 15 dias para as famílias se retirarem do terreno.

Conforme o documento, a partir do dia 24 de janeiro a ação de despejo pode ser executada com o uso da força policial. E, de acordo com o histórico da região, é muito provável que esta ação seja feita de forma altamente truculenta.

Os assentados não têm nenhuma alternativa, por isso prometem lutar até as últimas consequências para que possam continuar vivendo tranquilamente em suas casas, com suas plantações, na comunidade onde já estão há 7 anos e pela qual empenharam toda a vida. Por isso, eles reivindicam que a presidenta da república, Dilma Rousseff, assine o decreto de desapropriação da área por interesse social, a única medida que resolveria o problema de forma definitiva.

A situação no local é extremamente tensa. É urgente difundir o que está acontecendo com o assentamento Milton Santos e apoiar a luta dessas famílias que correm o risco de serem jogadas na rua a partir do dia 24 deste mês. Apelamos para que apoiadores da causa, jornalistas e observadores de direitos humanos voltem a sua atenção para o caso e não deixem que outra barbárie se repita.

Saiba mais sobre o caso

www.assentamentomiltonsantos.com.br

http://www.facebook.com/AssentamentoMiltonSantos

Assentamento Milton Santos vive ameaça de despejo, em Americana. Vídeo e fotos

MST protestou hoje (11/12) em SP contra reintegração do assentamento Milton Santos. Veja fotos

Entre em contato pelo e-mail

assentamentomiltonsantos@gmail.com

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Bancários de Santos e Região: Sindicato completa 80 anos de história e muita luta

Por: INTERSINDICAL

                               bigEm entrevista, Big, atual presidente da entidade, conta um pouco da tragetória destas oito décadas de muito trabalho.

Neste próximo dia 11 de janeiro (sexta-feira) o Sindicato dos Bancários de Santos e Região completará 80 anos de atividades. Durante este período a entidade já passou por diversas fases em sua conjuntura desde a fundação, em 1933, com seu primeiro diretor Reginaldo de Carvalho. Atravessando momentos desde o Estado Novo (1937/45) até os anos de chumbo, com a Ditadura Militar (1964/85), quando o sindicato sofreu intervenção; além de outros importantes estágios do país, como as manifestações na campanha das Diretas Já.
Atualmente com 69% da base filiada – 3.876 filiados para uma base de 5.586 bancários –, à frente do sindicato está Ricardo Saraiva, ou o “Big”, como é conhecido. Presidindo o sindicato desde 2006, Big já está envolvido com a administração da entidade desde a década de 1990. À época o Sindicato estava com uma enorme dívida e ocupando o cargo de Secretário Geral, ao lado do então presidente, Pedro de Castro Junior (1998 - 2005), “foram realizados importantes trabalhos de saneamento econômico e empreendedor”, lembra ele.
Big e Predrinho, como gosta de lembrar do antigo companheiro, integravam o Movimento de Oposição Bancária (MOB), assim como outros ex-diretores que, segundo ele, com a luta do grupo que compõe o Sindicato dos Bancários de Santos e Região “resultou no atual estágio de excelência da diretoria em defesa dos interesses dos bancários e bancárias, e também permitiu a categoria manter e ampliar seu patrimônio”, afirma.
Abaixo, Big conta um pouco sobre as vitórias e desafios destes 80 anos, assim como suas perspectivas para este ano de 2013.
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INTERSINDICAL – Fale um pouco das conquistas que o sindicato e a categoria como um todo teve nestes 80 anos?

BIG – A luta sempre vale a pena. Nada cai do céu. Tudo foi conquistado com muita luta, suor, demissões, prisões e até mortes de companheiros. Eu poderia listar diversos momentos: em 1951, na maior greve estadual realizada no Estado de São Paulo. Foram 69 dias de muita luta da categoria sofrendo repressão e prisões porque desafiavam a Lei de Greve que impedia o setor de bancário de ter esse direito; em 1964, que foi um período de massacre na história dos trabalhadores e da Nação, que sofrem com o Golpe Militar e são alijados dos direitos a liberdade de expressão, greve ou qualquer tipo de mobilização, direitos trabalhistas conquistados em outras décadas como a estabilidade, IAPB e outros. Além de serem perseguidos, torturados e mortos pelo regime de exceção; em 1983, com a Criação da Central Única dos Trabalhadores; 1992, com a Criação da Confederação Nacional dos Bancários (CNB/CUT), em que conquistamos o Acordo Único dos Bancários para todo o País reivindicado desde 1951; além do Vale refeição unificado tanto para 6 como 8horas e concessão durante o ano todo, inclusive nas férias; auxílio creche até 83 meses; e a maior greve nacional realizada durante 30 dias, em 2004, em todas as capitais e principais cidades do País, que unificou bancários do setor público e privado nas reivindicações por um reajuste igualitário para todos conseguindo repor totalmente a inflação, após muita repressão das polícias militares estaduais, pressão da justiça para pôr fim à greve e a omissão do governo federal frente às reivindicações dos trabalhadores.
Em 2005 a Formação da Intersindical; e 2009, com a Ampliação da licença maternidade de quatro para seis meses.
Quando tomaram a decisão de filiar-se a Intersindical? Por quê?

Desde 2005, o Sindicato dos Bancários de Santos e Região ajuda na formação da Intersindical e tem se empenhado nesta construção, orientado sua atuação em defesa dos direitos dos trabalhadores, por melhores condições de trabalho, contra o assédio moral e a exploração.
A luta da categoria bancária está inserida em uma luta maior, na perspectiva de superação do capitalismo. Com a crise do sistema capitalista internacional, os trabalhadores e trabalhadoras vêm sofrendo constantes ataques. Privatizações, terceirização, desemprego, redução dos salários e direitos é a receita dos patrões, com apoio do governo e mídia, para fazer com que todos paguem pelas consequências desta crise gerada pela irresponsabilidade e ganância dos que defendem a conservação do capitalismo.
Neste momento em que se faz mais necessário é fortalecer a resistência, o que vemos são grandes centrais sindicais, que serviam de ferramentas de lutas construídas em décadas passadas se adaptarem à ordem e perderem a autonomia e a independência frente aos governos, aos partidos políticos e aos patrões. E o que é pior, apoiando governos e patrões em detrimento dos direitos dos trabalhadores.
Necessitamos da construção de uma nova central combativa, autônoma, classista com participação direta dos trabalhadores, sem interferência de partidos políticos, dos governos e dos patrões. A Intersindical está sendo organizada para dar respostas a estas demandas.
Quais as maiores dificuldades enfrentadas em 2012?

As maiores dificuldades enfrentadas pela categoria sem dúvida foram as demissões em massa que os bancos Itaú e Santander praticaram contra os trabalhadores bancários. Contra isso, paralisamos e realizamos protestos nas portas das agências. Além de utilizarmos nossos departamentos jurídico e de comunicação para barrar as demissões com liminares e denunciá-las ao público em geral. Assim, reativamos nossa campanha “Demitiu Parou!”
Você acha que algo mudou na luta sindical da categoria bancária nestes últimos 10 anos?

Houve algumas fusões de bancos com demissões em massa, eram 45 bancos em nossa base, atualmente só existem dois bancos internacionais, dois privados e dois públicos, além de mais cinco com apenas uma agência. Isto gerou demissão e terceirização da categoria.
Para esclarecer, éramos cerca de 8 mil bancários na Baixada Santista e hoje somos 4 mil, porém o número de trabalhadores nas instituições financeiras não diminuiu, porque muitos foram terceirizados e obrigados a trabalhar com uma jornada mais extensa, receber salários e direitos menores para não ficarem desempregados. Veja o tamanho da crueldade dos banqueiros com os trabalhadores.
Nos últimos 10 anos as nossas principais lutas podemos resumir num tripé: combater o assédio no ambiente de trabalho, por conta da imposição de metas; lutar pelo emprego, por conta das fusões de bancos; e lutar por melhores condições de trabalho.
Quais os planos para este novo ano que se apresenta?

Temos muita luta a realizar para defender os direitos dos trabalhadores. Nesse momento é fundamental a união de forças para derrotar o anteprojeto do Acordo Coletivo Especial (ACE) que retira direitos da classe trabalhadora. O ACE representa uma possibilidade real de retirada de direitos e ainda por cima dentro da lei, caso a proposta seja aprovada no Congresso Nacional e sancionado pela Presidente Dilma.
Além disso, temos de enfrentar com muita garra as demissões em massa para revertê-las, organizar os trabalhadores por local de trabalho, por mais contratações, fim do assédio, da exploração, lutar pela isonomia salarial e de direitos, por planos de cargos e salários para todos, pela reposição das perdas e recomposição dos salários.
Vamos também combater a terceirização. Existe um Projeto do Deputado Sandro Mabel (PMDB-GO) generalizando a terceirização, ampliando os ataques aos direitos trabalhistas. Se projeto passar, você que hoje é funcionário do banco, pode vir a ser terceirizado também. Boa parte dos terceirizados recebem salários inferiores aos demais trabalhadores e a enorme maioria têm direitos e benefícios bastante reduzidos, comparados aos trabalhadores formais. Em geral, os trabalhadores terceirizados realizam jornadas de trabalho mais longas e estão expostos a acidentes e adoecimentos no trabalho.
O movimento sindical não pode vacilar diante da generalização da terceirização e precarização do trabalho. Infelizmente, algumas centrais, como a Força Sindical, apoia o nefasto projeto do Mabel.
Temos que lutar também pelo fim do Fator Previdenciário. Desde o governo Fernando Henrique, do PSDB, ficou mais difícil se aposentar e, quando consegue, o chamado fator previdenciário morde uma parte do benefício. Hoje, para receber 100% do benefício, um trabalhador precisa ter, no mínimo, 63 anos e meio de idade, além de 35 de contribuição. E a idade exigida aumenta com a elevação da expectativa média de vida.
Há anos o movimento sindical se mobiliza para acabar com o fator previdenciário. Por pressão dos trabalhadores, o congresso aprovou o projeto acabando com a medida criada pelo FHC. Mas o ex-presidente Lula vetou o projeto, prejudicando milhões de trabalhadores. Mas a luta continua!
Para você, qual a importância em atuar no sindicato bancários e na luta da sindical de maneira geral?

Então vamos explicar, o Capitalismo é um sistema que produz corrupção, violência, extermínio de seres humanos, tudo isso passa pela criminalização dos movimentos sociais com ajuda do Estado financiado pelos grandes grupos empresariais. Enquanto isso, privilegia as grandes corporações que hoje dominam o mundo. Acreditamos que somente o socialismo mudará esta realidade.
Apesar de tentarem ludibriar os trabalhadores de que são “importantes colaboradores” e, portanto, não são da classe trabalhadora, que tem direitos legais contidos na CLT a serem pagos, nós entendemos que existe sim uma luta de classes que pode retirar todas as conquistas e direitos dos trabalhadores com rápidos e eficazes ataques como o ACE, a reforma previdenciária, o mensalão, fator previdenciário, a terceirização. Por isso, organizar os trabalhadores enquanto classe é o caminho para fazer a mudança necessária à sociedade. A maioria somente deixará de ser oprimida, massacrada, explorada e exterminada quando a classe trabalhadora assumir o poder dos meios de produção e político verdadeiramente.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Artista plástico chileno Selarón é encontrado morto em frente à escadaria de Santa Teresa

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O artista plástico chileno Jorge Selarón, de 65 anos, foi encontrado morto, na manhã desta quinta-feira, na Rua Manoel Carneiro, em frente à Escadaria do Convento de Santa Teresa - obra que o tornou famoso -, no bairro de mesmo nome, na região central do Rio. O corpo está no local à espera da perícia. Equipes da Divisão de Homicídios (DH) foram acionadas. Segundo as primeiras informações de agentes, o cadáver está carbonizado.

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O jornal O Globo desta quinta revelou que o artista plástico estava sendo ameaçado por um ex-colaborador de seu atelier. O sobrinho e o irmão desse ex-colaborador estão presos por envolvimento com o tráfico de drogas na região da Lapa. O acusado ameaçou esfaquear Selarón duas vezes, para obrigá-lo a entregar o dinheiro obtido com a venda de quadros.

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A escadaria decorada por Selarón tornou-se um dos grandes pontos turísticos da Lapa e de Santa Teresa. A decoração dos 215 degraus - num total de 125 metros - começou em 1994. Foram utilizados mais de dois mil azulejos, de mais de 60 países. As peças eram trocadas pelo artista plástico com frequência por outras enviadas por fãs, de modo que a obra estava em constante transformação.

Selarón contava que, para conseguir fazer a escadaria, teve que vender mais de 25 mil quadros.

Leia mais: http://extra.globo.com/casos-de-policia/artista-plastico-chileno-selaron-encontrado-morto-em-frente-escadaria-de-santa-teresa-7247291.html#ixzz2HcHaCAei

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Aliados convocam ato de solidariedade a Chávez

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O presidente da Assembleia Legislativa venezuelana, Diosdado Cabello, convocou na noite de segunda-feira 7 uma grande manifestação em frente ao Palácio Presidencial Miraflores para quinta-feira 10, data na qual o presidente Hugo Chávez deveria assumir um novo mandato de seis anos. Segundo Cabello, um dos principais líderes do chavismo, vários chefes de Estado e de governo de “países amigos” participarão do ato para “demonstrar sua solidariedade com o comandante Chávez e o povo venezuelano e em sinal de respeito à Constituição”.

Cabello, no entanto, não confirmou a presença de Chávez, que permanece em Havana, recuperando-se de uma cirurgia pélvica, feita no dia 11 de dezembro, para combater um tumor cancerígeno. Foi a quarta operação, desde que o presidente venezuelano descobriu que tinha a doença, há dezoito meses, mas foi a única que produziu um debate constitucional.

Até agora, o único presidente que confirmou uma viagem oficial a Caracas foi o do Uruguai, José Mujica, que chegará na quinta-feira, confirmou à AFP uma fonte do Ministério das Relações Exteriores desse país. “Eles manifestarm por muitas vias querer vir aqui na Venezuela, inclusive alguns foram visitar o presidente diretamente”, acrescentou, se referindo às visitas que vários presidentes fizeram a Chávez na capital cubana, entre eles os presidentes do Equador, Rafael Correa, e da Bolívia, Evo Morales. A presidente argentina Cristina Kirchner viajará a Havana na próxima quinta-feira.

A oposição convocou um protesto, também para a quinta-feira, a fim de cobrar do governo a verdade sobre a saúde do presidente e o cumprimento da Constituição (reformada em 1999, durante o primeiro governo de Chávez). O Artigo 231 diz que o presidente eleito tem que assumir no dia 10 de janeiro o governo, prestando juramento perante à Assembleia Nacional. Mas também diz que, se isso não for possível, ele poderá prestar juramento perante o Supremo Tribunal de Justiça (a Suprema Corte).

“O próprio Chávez deu ordens expressas sobre o que fazer, caso ele não pudesse assumir, e citou a Constituição”, disse em entrevista à imprensa o deputado Tomas Guanipa, líder do partido oposicionista Primeiro Justiça. Dias antes de embarcar para Havana, Chávez pediu permissão à Assembleia Nacional para se ausentar do país e, no que parecia ser um discurso de despedida, nomeou como herdeiro político o vice-presidente Nicolas Maduro.

De acordo com informações oficiais, Chávez enfrenta uma difícil recuperação, agravada por sérios problemas respiratórios. Mas ninguém fala em convocar novas eleições. Na interpretação dos chavistas, como Chávez já é presidente e foi reeleito por 54% dos votos, o juramento do dia 10 é uma mera “formalidade”. O vice-presidente e os ministros continuarão tocando o governo até ele voltar.

“A oposição espera que Chávez desapareça no dia 10 de Janeiro. Querem que o vice-presidente e os ministros abandonem seus cargos? Eles não podem. Legalmente eles não têm o direito de abandonar suas responsabilidades”, disse Cabello, ao convocar a manifestação. “Vamos seguir a vontade do povo venezuelano, expressa no dia 7 de outubro, quando elegeram Chávez presidente”, completou.

Com informações da AFP e da Agência Brasil

D. P. Casaldáliga - Declaração de amor à Revolução Total de Cuba

Declaração de amor à Revolução Total de Cuba

Pedro Casaldáliga

 Pedro CasaldáligaEu, bispo à esquerda, poeta a caminho, vindo de outros mundos mas enxertado na Pátria Grande como um rebento mestiço de culturas e anelos, missionário com certa vocação para evangelizar «macedônios», e claretiano daquele que foi arcebispo de Santiago de Cuba, faço esta declaração, aos vinte e tantos de fevereiro de 1999, esperando que termine menos mal este milênio, «deslumbrante e cruel», enquanto a pós-modernidade anda sem rumo e querem declarar-nos «cansada» a utopia.
Eu venho do Brasil, que também é latino-americano, do rio Araguaia, fronteira de lua e pássaros e lutas da grande Amazônia. Venho do Santuário dos Mártires da Caminhada, onde se conserva viva a «memória perigosa» de todo o sangue derramado pela causa grande da Libertação; e onde, por certo, estão presentes, ecumenicamente, os jovens cubanos Frank Pais e Antonio Echeberría.
«Declaração de amor» digo, não de ódio, nem de desprezo nem de indiferença; porque - entre outras coisas para amar e para discutir e para corrigir - trata-se de uma revolução nossa, desta Pátria Grande que é Nossa América.
É uma declaração, em voz alta e de coração aberto, para que fiquem sabendo as ondas que vão e vêm pelo mar Caribe e os silêncios expectantes dos Andes e as geladas vidraças de Wall Street. Mas em parábola, para que não se entenda mais que o devido, e para que os irmãos e irmãs que queiram o entendam do coração e na esperança.
Acossada e acusada, a revolução deve continuar fazendo-se, mas total. E deve saber que o fracasso pode ser um fracasso processual, um fragmento do grande fracasso pascal que termina no triunfo da Vida.

dom-casaldáliga-morte Os adjetivos às vezes são substantivamente qualificativos, e por isso eu disse revolução «total». As revoluções, já se sabe, podem ser parciais, partidistas, talvez imediatistas. Como cristãos, dizemos - e cremos - que o Reino de Deus, que é a Revolução do próprio Deus, «já é, mas ainda não». Total há de ser, ademais, porque a boa revolução que sonhamos e que a gente quer para esta Cuba amada e para Nossa América e para o mundo, é a revolução das almas, a revolução das relações, a revolução das estruturas. Mas revolução, porque de reformas ao estilo das democracias formais já estamos mais que cansados. O que queremos é «a dignidade plena do homem (e da mulher)», como diria «o apóstolo» Martí; aquele «exercício íntegro» que ele desejava para sua pátria - e «que não corra perigo a liberdade no triunfo», advertia - e que ele deseja agora - vivo na pedra da história e na glória merecida -, para toda a «pátria que é Humanidade» e para toda esta «América de qual somos filhos e filhas».

Quanta sociologia puder proclamar e viver esta humana terra da família de Deus se reduz - quase nada! - a conjugar dialeticamente estas duas aspirações maiores de nossas vidas e nossos povos: a Liberdade e a Justiça. Conjugar simultaneamente, como cantava o poeta peruano, «a justiça e as rosas», e, acrescentemos, o vento, o Vento...

27-xavantes_cupula Para a fé dos seguidores e seguidoras de Jesus, toda a realização pessoal e toda a construção da História consiste em saber conjugar, na dialética do Evangelho, o Mundo, o Reino, a Igreja. Essa Igreja que é um mistério e uma missão, mas que é também uma história de santidades e de infidelidades e poderes e cegueiras. O Reino - já se sabe, e quanto melhor se deveria saber! - é o sonho de Deus, a paixão de Jesus (segundo o Evangelho), «o destino da raça humana» (segundo o teólogo da África do Sul), e «somente o Reino é absoluto, tudo o mais é relativo» (segundo o papa Paulo VI). E a Vida, cada vida, e a História, com todos os seus processos, são matéria-prima do Reino, sob a ação amorosa do Espírito de Deus.

O capitalismo é um pecado capital. O socialismo pode ser uma virtude cardeal: somos iguais, somos irmãos e irmãs, a terra é para todos e, como repetia Jesus de Nazaré, não se pode servir a dois senhores, e o outro senhor é exatamente o capital. Quando o capital é neoliberal, de lucro onímodo, de mercado total, de exclusão das imensas maiorias, o pecado capital já é abertamente mortal.
Socializar, distribuir como em família, na única sofrida, bela, humana família de Deus. Não haverá paz na terra, não haverá democracia que mereça recuperar esse profanado nome, se não houver uma certa socialização da terra do campo e do solo da cidade, da saúde e da educação, da comunicação e da ciência. Tu podes ter se o outro pode ter também; mas tu não podes ter acumulando, deixando desnudo o irmão. A propriedade privada é essencialmente iníqüa quando é privatista e privadora. Vocês recordam o gesto aquele da multiplicação dos pães e dos peixes? Não foi um jogo de magia, mas um ato de partilha. Pão há para o mundo, para a humanidade inteira, e incalculável peixe tem o mar... A partilha será, evidentemente, contra o programa do FMI e do BM e das transnacionais e dos multimilionários e, muitas vezes, quem sabe, talvez contra nosso próprio coração pós-modernamente egoísta.

Cuba vem passando angustiadamente por um «período especial». Por um período muito especial passa o mundo inteiro. Tocam o neoliberalismo todos os bancos, todos os governos e muitos computadores. Cuba é uma ilha, cercada de mar por todos os lados; cercada pelo mar do neoliberalismo também. ¡Ay Nicaragua Nicaragüita! Mas prossigamos, Zapata! Irmãs e irmãos da Pátria Grande: não se cansem de soprar vento de utopia pelas quenas maternas, não se cansem de bater os tambores da negra rebeldia! Pais e Mães da Pátria Grande: os Juan Diego, Lempira, Las Casas, Túpac Amáru, Zumbi, Martí, Camilo Torres, Che Guevara, Doña Tingó, Romero, Margarida Maria Alves... e todos quantos e quantas, ao longo dos séculos de antes e depois da conquista, na sempre Abya Yala fecunda, vêm dando sua sabedoria e seu canto, sua luta e seu sangue, sua resistência e sua esperança!

Cuba é uma ilha, e uma ilha é tanto um lugar desconectado do resto do mundo, como conectável com o mundo inteiro. «Que o mundo se abra a Cuba», pedia o papa; «e Cuba se abra ao mundo»; que Cuba se abra a Cuba, que a Igreja se abra ao Povo, que o Estado se abra ao Povo, que o Povo se abra ao Povo; que tudo se abra ao Reino, que é a libertadora política de Deus...

Não vamos entregar a ninguém que se creia grande «a pérola do Caribe»; tampouco vamos encerrá-la em uma concha. Cubanos, cubanas, irmãos do mundo, tão generosamente entregues à saúde, à educação e à libertação, muito além das fronteiras da pátria cubana: vamos continuar «internacionalizando o amor» - como queria o compa nica de Santa Clara -, globalizando a solidariedade, mundializando a utopia!
Que fazemos, Senhor, neste mundo neoliberal? Que fazes Tu? Que se veja que és sempre o Deus dos pobres! Que façamos ver-te como tal. Que a Igreja, as Igrejas, a Igreja de Jesus, ecumenicamente testemunha do Crucificado Ressuscitado, seja livre, sim, mas para o serviço, coerente sempre com a opção de Jesus e com a força de sua Páscoa. Nem carpideiras nem cruzados. Nada de crispação militante, nem de um lado nem do outro, que se trata de um só povo, e deveria tratar-se de uma mesma tarefa e uma mesma esperança. Que a laicidade do Estado não tenha por que ser irreligiosidade do Povo; nem o espaço da Igreja tenha de ser poder. Seja a Igreja de Jesus luz, sal, fermento, como Ele sonhava, humilde diakonia do Reino, uma profecia que consola o Povo e o acompanha, que anuncia a Boa Notícia, que denuncia a má notícia de toda Morte, que não apaga a mecha dos êxitos e dos sonhos, talvez quase apenas fumegantes, e que nunca faz o jogo do inimigo maior.

Deus não «entrou em Havana», jornalista Manolo, porque não saiu nunca de Havana, como não saiu nunca de teu coração que se declara ateu nem de outros corações ateus mais ou menos. Deus antes, durante e depois. Dentro. Ele, sempre maior, Outro. Que ninguém use apenas o manual, nem ninguém use apenas o catecismo. Que todos os lázaros de todos os rincões sintam, como em El Rincón, que se fazem uno o São Lázaro bispo e o São Lázaro povo. Que a Igreja e a Sociedade acolham a santería negra com o respeito que merece uma presença autóctone de Deus, do Deus de todos os nomes, e muito além de toda prevenção ou de qualquer manipulação folclorista. Que todos os mandos sejam sempre companheiros. (O Reino e a Revolução, «somos todos»).

Que não se faça «sem» o que se pode fazer «com», porque a Igreja não deve ser a suplência da Sociedade, uma pretensa sociedade perfeita paralela. E a suplência, ademais, quando necessária, deve ser oportuna, provisória, autocrítica. E que a sociedade civil não faça o jogo do apátrida mercado total, desdenhando a missão do estado, já que onde não há um Estado soberano e participativo, acaba por não haver Sociedade. «Do fundamentalismo do Estado passamos ao fundamentalismo do Mercado», reconheceu o próprio boy-maior do FMI, depois de vir ajudando a esquartejar o Estado por esse novo fundamentalismo, e proclama agora que «é preciso reinventar o Estado».

La Caridad de El Cobre é a Virgem Mambisa, aliada de cimarrões excluídos, a pequena grande libertadora, na Serra Maestra das muitas libertações que Cuba lutou e que a todos nos toca lutar. Programa de libertação total é nosso programa, companheiros e companheiras de caminhada! Que o homem e a mulher sejam totalmente novos, sempre saudoso Che, na medida em que cabe a nosso barro ainda frágil, e «sem perder a ternura jamais», irmão. Que todos os direitos humanos sejam harmoniosamente vividos, sem nenhuma pena de vida nem nenhuma pena de morte. Que toda Cuba seja um malecón aberto ao mar e ao céu, sem castelos de medo algum nem hotelões de luxo insultante (com mirantes populares, isto sim, com restaurantes populares também, e as gaivotas do sonho e os meninos do povo). Que o dólar não seja divino nem imprescindível: que seja simplesmente a moeda de um país igual aos demais países do mundo humano. Que Miami seja somente Miami, nem porta-aviões nem paraíso ilusório. Que os balseros o sejam somente de águas adentro da liberdade, da pátria, da solidariedade. Que dialoguem - mas cubanamente, sempre - Granma e Vitral. Que Cuba continue sendo este culto histórico país, «nó de feixe de ilhas», cheio de cubanos e cubanas (com turistas também, por que não? mas não turistas do sexo, nem turistas do privilégio). Que a juventude não se deixe «ajinetear» profanando a flor de sua formosura e o vigor de nosso futuro. Que Cuba não seja nunca mais um cassino «made in». Que Cuba salve maduramente sua identidade guajira latino-americanacaribenhamente.

Anti-imperialistas somos pela vontade de Deus, que fez cada povo digno, livre e irrepetível - imagem coletiva sua, como cada pessoa é uma imagem sua individual - e por isso exigimos, diante de Deus e diante da História, que se acabe o bloqueio, crime de lesa-Cuba e de lesa-Humanidade. Anti-imperialistas somos, e por isso nos negamos, com Cuba, a pagar a Dívida Externa, que não é nossa, mas «deles», e que já temos pagado com acréscimo e que não permite a nossos Povos cobrir as dívidas sociais da Vida e da Dignidade.
Vindo a Cuba, em um vôo da Cubana, deram-nos, Fidel, a revista de bordo «Sol y Son». Nela eu lia um artigo sobre Hemingway, com a inevitável referência a «O Velho e o Mar». E, não sei por que simpatia ou inspiração, eu te sentia e te sinto, Fidel, um pouco assim: como «O Velho e o Mar», velho de lutas e de anos tu, e sendo o mar esse mar de nossa vida, do processo de Cuba, do futuro do Mundo. E evocava, vindo a Cuba e sentindo de antemão seu sol e seu som, algo do que te dizia naquela carta de aniversário, de 10 de dezembro de 1996:

«Fidel, a estas alturas de tua vida e da minha, e da marcha de nossos Povos e das Igrejas mais comprometidas com o Evangelho feito vida e história, tu e eu podemos muito bem ser ao mesmo tempo crentes e ateus. Ateus do deus do colonialismo e do imperialismo, do capital ególatra e da exclusão, e da fome e da morte para as maiorias, com um mundo dividido mortalmente em dois (onde estão o Leste e o Oeste, diante deste Norte e Sul...?). E crentes, por outra parte, do Deus da Vida e da Fraternidade universal, com um mundo humano único, na dignidade respeitada por igual de todas as pessoas e de todos os povos... Com esta fé - te dizia e te digo - abraço a todo o povo de Martí, na esperança de sua vitória sobre o bloqueio iníqüo, na defesa de suas conquistas sociais, e na consolidação de uma democracia sem privilegiados nem excluídos, com Pão e com Espírito, com Justiça e com Liberdade; na bela pátria da Ilha e em toda a Pátria Grande da Nossa América.»

E dizia, e tenho de dizê-lo de novo, por esta singular Declaração, que esperava, com o suficiente bom humor necessário, «não escandalizar demasiado nem à direita nem à esquerda».
Uma declaração de amor à Revolução Total tem de acabar necessariamente rezando... À Caridade de El Cobre eu rezo, pois, com todos os cubanos e cubanas:

Virgen de la Caridad,
mina de amor en El Cobre,
madre de toda orfandad,
hermana del pueblo pobre.
Cuba es tuya, eres nuestra,
desde la Sierra Maestra
a los confines del mar...
Y con tu gracia, Señora,
Cuba sabrá ser ahora
Patria, Justicia y Altar.

Amém e aleluia, embora sendo quaresma na liturgia e no Mundo, que para a Páscoa, em todo caso, nós vamos!

Pedro Casaldáliga

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

QUE OS BANQUEIROS E OS PATRÕES PAGUEM PELA SUA INCOMPETÊNCIA! - Mário Azeredo

Autor: Mário Azeredo- Diretório Nacional do PSOL

Carris- Berna megafone melhor (1)Berna, Neiva e Vera no Portão da Carris- Solidariedade a Greve Rodoviária

ESSA CRISE É DELES, NÃO DOS TRABALHADORES.
Estamos vivendo um período longo de transição. A crise do capitalismo forçou o aprofundamento das medidas neoliberais. Essas medidas nada mais são do que gasolina no fogo. EUA e Europa estão passando por uma crise de superprodução. Produziram o que os trabalhadores não podem comprar.

Uma porque na louca competição entre monopólios, produziram muito além do que o necessário, levando em conta que as mercadorias não podem ser doadas, elas precisam ser vendidas e a grande maioria dos trabalhadores não pode comprar
.
Segundo porque ao chegar a crise, a burguesia atacou o direito elementar dos trabalhadores. O direito ao trabalho. Milhões de americanos e europeus estão sem emprego. Essas medidas não são suficientes, porque a crise é muito pesada. Então patrões e seus governos, começaram a desmontar o Estado de Bem Estar Social que ainda existia. Demissões, aumento de carga horária, redução de salários, aumento de tempo de serviço para aposentadoria, redução de prêmios e do 13º, aumento de horas extras. Medidas essas que diminuíram o poder de compra dos povos.
As privatizações também são parte dessa lógica. Privatizam para que os capitalistas ganhem lucro, os mesmos demitem os trabalhadores e cortam conquistas da classe, com a justificativa de que a crise é muito profunda e que todos tem que dar sua cota de sacrifício. MENOS ELES É CLARO!
Já afirmávamos que a crise atual é muito mais profunda e complexa do que a clássica crise de 1929. Mantemos essa caracterização. O mundo Ocidental está indo para um processo depressivo, onde a única saída pela lógica capitalista é destruir “forças produtivas”.

Mas para nós é tudo o inverso. O que precisa mudar urgentemente é o sistema capitalista de exploração e concentração de renda e riqueza. Precisamos parar com a exploração insana da natureza, em busca de lucro, sem preocupação com as futuras gerações. A palavra é superar o sistema capitalista, para que possamos sobreviver!
O ponto forte da crise que vivemos hoje apareceu em 2008 nos EUA. Diziam que era uma “bolha imobiliária”.  Construíram mais casas do que o povo podia comprar. Liberaram crédito para quem não podia pagar e somado a isso, criaram um verdadeiro cassino global com papéis chamados “Derivativos”. Esses papéis não tinham lastro na economia real, eram apostas que os banqueiros e especuladores compram e vendem em busca de lucro fácil.
Com a queda desse castelo de cartas, os governos assumiram as dívidas das grandes empresas e bancos, com a justificativa de que os mesmos não poderiam quebrar por serem muito grandes. Por isso o governo dos EUA repassou mais de 16 trilhões de dólares para empresas como a GM, Ford, Citibank etc, para evitar que tudo viesse a baixo.
Esse movimento de salvação foi executado por praticamente todos os governos capitalistas e imperialistas. Essa medida aprofundou a crise ao endividar os Estados nacionais. Foi uma verdadeira socialização dos prejuízos, todos os povos ditos desenvolvidos estão em crise, porque os governantes, Banco Mundial, FMI e Banco Europeu, acertaram com os banqueiros e patrões, que quem tem que pagar a orgia dos derivativos deve ser o povo e não eles.

Moral da história. Milhões de pessoas perderam seus empregos nos EUA, suas casas e as condições de vida estão piorando. Só nos EUA são 46 milhões de pobres, dado que vem crescendo desde o início da crise. A violência, a miséria chegou para ficar no principal país imperialista.
Do outro lado do Oceano a situação é pior, mais dramática. Países como a Grécia, Irlanda, Espanha, Portugal, Itália estão jogando nas costas dos povos o preço do endividamento dos Estados cúmplices do sistema financeiro e da liberalização das finanças mundiais.
Por isso estamos vendo cada vez mais mobilizações, greves e passeatas de trabalhadores pelas ruas das grandes cidades européias. O povo não agüenta mais o aumento da exploração. O Banco Europeu, o FMI e a União Européia querem mais sacrifício dos povos e principalmente seu objetivo central é acabar com o Estado de Bem Estar Social, que o povo europeu conquistou depois das duas grandes guerras mundiais. França e Alemanha são os arquitetos dessa sessão de tortura dos povos. Mas cada vez que vem uma medida para retirar direitos e conquistas dos trabalhadores europeus e americanos, a resistência aumenta pelas ruas e praças nos dois continentes.
Nossa América vive uma situação diferente, mas não significa que esteja fora da crise mundial capitalista. O que afirmamos é que o processo aqui tem uma configuração diferente. A pobreza é uma situação crônica, mesmo antes dos movimentos de independência. Mas também porque a crise não chegou com toda a força, como nos países de capitalismo desenvolvido. Principalmente porque aqui a experiência com o modelo neoliberal está sendo contestado a mais tempo.
Venezuela, Equador, Bolívia são vanguardas contra o neoliberalismo e anti-imperialistas. Nosso povo tem um peso de sofrimento mais histórico. A escravidão, depois as ditaduras deram outra face para nossos povos. A concentração de renda e riqueza é absurdamente maior que nos países europeus e do que nos EUA. E por isso nossos povos estão buscando alternativas a mais tempo que os dos EUA e da Europa. Nesses últimos, o desmonte das conquistas é mais recente. É fruto da crise atual, nós já convivemos com dois terços da população na miséria e pobreza. Os trabalhadores dos EUA e Europa vão para o mesmo caminho que nós se não conseguirem derrotar o capitalismo.

Na América do Sul, para delimitarmos geopoliticamente o debate, o Brasil cumpre um papel de sub-imperialismo.
  Suas empresas apoiadas e financiadas pelo governo brasileiro estão invadindo os países vizinhos. São construtoras, bancos, empresas de máquinas e equipamentos agrícolas transformando e dominado a região em busca de lucro. O governo libera quantias fabulosas de empréstimos via BNDEs com juros subsidiados e a longo prazo. Verdadeiro presente para os capitalistas ávidos por mercado e lucro.
Esse é um lado da face do governo brasileiro. O outro lado, diz respeito a subserviência do Estado brasileiro as exigências do capital internacional e das multinacionais. Por isso, o Brasil já vendeu a maioria das ações da Petrobras. O BNDEs financia multinacionais em até 70% do investimento, também com juros subsidiados, muitas vezes para entregar riquezas do povo para empresas estrangeiras, como é o caso dos leilões dos poços de petróleo e gás nas regiões do pré-sal. Assim como, no projeto do governo federal de entregar rodovias, portos e ferrovias para grandes grupos econômicos, ao invés de garantir controle dessa infra-estrutura nas mãos do estado brasileiro.
No que diz respeito a economia doméstica, o Brasil continua sendo o país com maior concentração de renda e riqueza. Mantém o título de sustentar juros mais altos do mundo. Em pesquisa recente o Brasil ficou em 39º lugar de um total de 40 países em qualidade da educação. Na saúde o quadro é pior.
Em maio desse ano, Dilma sinalizou que vai flexibilizar as leis trabalhistas. Quer facilitar uma maior exploração dos patrões sobre os trabalhadores, como se não fosse suficiente a lucratividade que os patrões ganham explorando o povo.

Centrais sindicais pelegas se somaram ao coro dos empresários das Indústrias, para pedir flexibilização da CLT, estão retomando a discussão do “acordado sobre o legislado” da era FHC. O ACE –Acordo Coletivo Especial nada mais é do que aprovar a flexibilização da CLT, dividindo os trabalhadores. Enfraquecendo mais ainda as categorias com menos capacidade de resistência a exploração do capital.
Mas para onde vamos?
2011 deu sinais de que a resistência dos povos começou com força e determinação. As grandes greves gerais na Grécia, Espanha e Portugal. O movimento Ocupem Wall Street, a Primavera Árabe no norte da África e a brava luta dos povos do Oriente Médio, demonstram que a última palavra não será dos banqueiros e governos imperialistas. A cada ataque da burguesia, os povos saem às ruas para protestar. Ainda é incipiente uma resposta conjunta dos trabalhadores, mas a greve geral internacional que ocorreu nos principais países afetados pelas medidas reacionárias da Troika na Europa, está cavando o caminho para a superação da ausência de direção que possa organizar a resistência dos povos para superar o capitalismo. Mas podemos e devemos trabalhar e acreditar que isso é possível, principalmente porque não temos futuro no capitalismo predatório, egoísta e consumista que vivemos.

Mais especificamente sobre o Brasil acreditamos que a estabilidade econômica, pode seguir por mais alguns anos, mas ela não é sustentável. Ela não reparte riqueza, nem renda. Por isso as explosões de violência nas grandes capitais, que começam a chegar em cidades do interior do país em forma de assaltos a banco, drogas e miséria. Além disso, o Brasil é o país que tem o pior crescimento do PIB comparado aos chamados BRICS e até mesmo com os países da América do Sul. Nesse ano o país fechou suas contas com um PIB de 1,27%. As previsões de crescimento do PIB, por parte do governo e dos institutos de pesquisas econômicas, estão sendo desmoralizados sucessivamente. O que agrava a situação é que o Governo brasileiro repassa 45,05% de tudo que arrecada, para pagar juros e amortizações da dívida interna e externa. São mais de 708 bilhões de reais só em 2011. De fato com um crescimento medíocre, com repasses gigantescos para o sistema financeiro através da dívida público, não tem país que possa crescer e se desenvolver. Mantendo essa política econômica/financeira e tributária, Dilma só faz aumentar o buraco entre ricos e pobres nesse país.
Esse ano passamos pelas eleições municipais, onde confirmou o que já dizíamos: A direita conservadora perdeu seu programa. O petismo assumiu boa parte de suas bandeiras, inclusive seus métodos de corrupção.

O petismo e o sindicalismo governista são reféns da lógica de governar. Cumprem papel coadjuvante diante de um governo a serviço do capital.
Os setores da esquerda conseqüente começam abrir caminho, ao PT e a CUT abandonar as bandeiras de transformação social. A esquerda ganha confiança de setores importantes da sociedade brasileira.
Nós, que no movimento sindical fazemos parte da Intersindical, do sindicalismo conseqüente, precisamos unir forçascom os demais setores para impulsionar grandes mobilizações contra as re-interadas tentativas do governo de retirar direitos dos trabalhadores.
Para terminar, estivemos juntos com os trabalhadores rodoviários numa luta muito importante e emblemática. O Prefeito Fortunatti se negou a pagar o prêmio por cumprimento de metas coletivas e individuais acordada com a categoria em acordo anterior. A categoria cruzou os braços, enfrentou a pelegada sindical e as ameaças da Administração. Na  negociação intermediada pela justiça, os grevistas cumpriram as exigências de colocar um percentual de ônibus nas ruas, e se manteve firme. Resultado: vitória dos grevistas, com fortalecimento da comissão dos funcionários e desmoralização do sindicato que não queria a greve.

Esse exemplo demonstra que a solidariedade é fundamental e que os trabalhadores lutam e resistem quando os patrões querem tirar seus direitos e conquistas.

sábado, 5 de janeiro de 2013

Assista vídeo de Galeano: “A utopia serve para nos fazer caminhar”

Eduardo Galeano em entrevista, diz que a necessária utopia “está no horizonte” e serve para nos fazer caminhar. Galeano também diz que “… Seremos compatriotas e contemporâneos de todos os que tenham vontade de beleza e vontade de justiça…”

Eduardo Galeano

Eduardo Hughes Galeano é jornalista e escritor. É autor de mais de quarenta livros que já foram traduzidos em diversos idiomas. Suas obras combinam ficção, jornalismo, análise política e História. Galeano nasceu em 3 de setembro de 1940 em Montevidéu (Uruguai) em uma família católica de classe média de ascendência europeia.

A obra mais conhecida de Galeano é, sem dúvida, As Veias Abertas da América Latina. Nela, analisa a História da América Latina como um todo desde o período colonial até a contemporaneidade, argumentando contra o que considera como exploração econômica e política do povo latino-americano primeiro pela Europa e depois pelos Estados Unidos da América. O livro tornou-se um clássico entre os membros da esquerda latino-americana.

Em seu livro mais recente, Espelhos, o autor tem o intuito de recontar episódios que a história oficial camuflou. Galeano se define como um escritor que remexe no lixão da história mundial.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

NÓS MUNICIPES PEDIMOS SOCORRO PARA CIDADE DE OSASCO!

 

Independentemente do partido que governa a Cidade de Osasco, nós moradores pedimos socorro para ela! Pois nossa Cidade está jogada as traças, não se anda nas calçadas, pois estão todas esburacadas, ou lixos jogados por todos os cantos da Cidade.

206787_442100325855116_149135349_n Se olharmos para cima nos depararemos com os montinhos de fios embaraçados uns com os outros ou pior ainda jogados nas calçadas, pois por onde você ande hoje em nossa querida Osasco, o caso é estes fios jogados no chão, quem fez isso só Deus para saber, mas se foi alguma empresa destas de telefonias, ou de internet está na hora de nossos governantes fazerem alguma coisa, outra coisa na sobra de fios estão colocando uma espécie de enrolador de fios em forma de oito gigantescos onde se enrola estas sobras de fios, que quando você olha para cima dá à nítida impressão que aquilo irá cair ferindo alguém simplesmente horrível, o certo é que se fizesse algum trabalho mais discreto para dar uma beleza maior.

Com estas chuvas nossa cidade está uma verdadeira desordem, tem árvores jogadas por todos os lados, já há tempos. Outra coisa se andarmos por nossa cidade não é difícil de encontrar galpões abandonados, casas abandonadas, ou prédios abandonados como na Av. Dona Primitiva Vianco, antigo hotel ou motel próximo às Galerias Cidade ou Fuad Auada, cujo sua porta esta enferrujada cheia de papeis de propaganda uma coisa horrível.

553067_442100505855098_1625520765_nAqui no Bairro de Presidente Altino ainda existe de modo bem visível parte da entrada da antiga passagem SUBTERRANEA, abaixo dos trilhos de trem da CPTM, está abandonada desde Junho ou Julho do ano passado.

Pelo amor de Deus, façam da nossa Cidade de Osasco um LUXO não LIXO, onde quem aqui adentre possa falar por ai bem de nossa cidade e querer sempre voltar aqui e para quem aqui mora possa dizer com SATISFAÇÃO e ORGULHO EU MORO EM OSASCO.

Feita pela pagina do Facebook Presidente Altino por Ernesto Menegazzi

 

Não é só em Presidente Altino que está abandonado, vários bairros da nossa cidade como Rochidale, Jardim Açucara. Vila Holanda, IAPI entre outros a população vive a margem da pobreza ao lado de esgotos, lixos, sem segurança publica, ou seja, completamente sem o suporte da administração publica.

Na campanha do companheiro Alexandre Castilho para prefeito, pudemos verificar e constatar que a nossa cidade está abandonada com os moradores vivendo ao lado de esgotos e sem nenhuma condição de se viver.

Agora com as chuvas de verão vários bairros inclusive o que eu moro o Jardim Rochidale os moradores sofrem com as enchentes perdendo tudo que conquistaram ao longo do ano. Nós do Partido Socialismo e Liberdade PSOL Osasco vamos cobrar e muito a administração do atual prefeito Jorge lapas do PT e dos vereadores eleitos às melhorias para a nossa cidade. PSOL um novo Partido contra a velha politica!

Carlos Roberto – Kaká

Membro do Diretório Municipal do PSOL Osasco

Morador por mais de 20 anos no bairro de Presidente Altino e hoje reside no bairro do Jardim Rochidale.

http://solidariedadesocialista.wordpress.com/