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quarta-feira, 20 de julho de 2016

Professores e educadores da Região criticam Escola sem Partido

‪#‎GilbertoMaringoniPréCandidatoaVereadordeSãoPaulo‬
‪#‎VaiterGilbertoMaringoni2016‬

Por: Diego Brito (diego@abcdmaior.com.br)
Postado: ABCD Maior
Projeto quer que professores não manifestem opinião dentro da sala de aula
Uma frente nacional contra os projetos baseados no movimento "Escola sem Partido", que tramitam em várias casas legislativas pelo País, inclusive na Câmara e no Senado, foi lançada nesta quarta-feira (13/07) no Rio de Janeiro.
Professores e educadores do ABCD criticaram o projeto. A ideia do "Escola Sem Partido" parte do pressuposto de que o atual modelo de ensino do Brasil deixa que o professor doutrine os alunos impondo suas ideias, defendendo que os educadores sejam "neutros" ao passar o ensinamento aos alunos.
Professores e educadores da Região comentaram sobre o projeto. Foto: Arquivo ABCD MAIOR
Professores e educadores da Região comentaram sobre o projeto. Foto: Arquivo ABCD MAIOR
Professores da Região falam sobre o assunto, que voltou aos debates quando o atual ministro da educação, Mendonça Filho (DEM), nomeou para o cargo de assessor especial do MEC (Ministério da Educação) um defensor do projeto Escola sem Partido. A nomeação foi cancelada após a repercussão negativa.
Para o professor de Relações Internacionais da UFABC (Universidade Federal do ABC) Gilberto Maringoni, o projeto é feito por pessoas que não têm nenhuma familiaridade com a educação. "Esse projeto é autorítario e irresponsável. Não existe escola sem opinião. Muito pelo contrário, a escola precisa de uma pluraridade de opiniões. Por trás de tudo existe uma ideia, uma ideologia", avaliou.
Projetos baseados no movimento tramitam em várias casas legislativas pelo país. Foto: Rodrigo Pinto
Projetos baseados no movimento tramitam em várias casas legislativas pelo país. Foto: Rodrigo Pinto
"É impossível que os educadores não tenham uma opinião política. Esse projeto que diz ser 'sem partido' quer excluir temas progressistas e deixar temas conservadores, tradicionais e de direita. E nós, professores, queremos o contrário, uma educação democrática, que aborde todos os temas, como a África e as lutas sociais", explicou o também professor de relações internacionais da UFABC, Valter Pomar.
Luiz Roberto Alves, professor de pós-graduação da Universidade Metodista de São Paulo e membro do CNE (Conselho Nacional de Educação) também critica a proposta da Escola Sem Partido. "Alguns ingênuos e outros espertalhões, ao falar de escola sem partido, na prática podem levar a dois caminhos horrorosos: ou enfiar na escola seu partido (ou suas próprias ideias) ou não permitir o verdadeiro crescimento e a autonomia dos jovens, que é um direito humano", afirma Alves em artigo recente.
No próprio site do movimento os idealizadores mostram seu pensamento. “A pretexto de transmitir aos alunos uma “visão crítica” da realidade, um exército organizado de militantes travestidos de professores prevalece-se da liberdade de cátedra e da cortina de segredo das salas de aula para impingir-lhes a sua própria visão de mundo”, garante em nota no site o coordenador do movimento, Miguel Nagib.

terça-feira, 19 de julho de 2016

Escola sem partido?

Por: Correio da Cidadania

Nada mais tendencioso do que o Movimento Escola Sem Partido. Basta dizer que um de seus propagadores é o ator de filmes pornô Alexandre Frota. O movimento acusa as escolas de abrir espaços a professores esquerdistas que doutrinam ideologicamente os alunos.

Uma das falácias da direita é professar a ideologia de que ela não tem ideologia. E a de seus opositores deve ser rechaçada. O que é ideologia? É o óculos que temos atrás dos olhos. Ao encarar a realidade, não vejo meus próprios óculos, mas são eles que me permitem enxergá-la. A ideologia é esse conjunto de ideias incutidas em nossa cabeça e que fundamentam nossos valores e motivam nossas atitudes.

Essas ideias não caem do céu. Derivam do contexto social e histórico no qual se vive. Esse contexto é forjado por tradições, valores familiares, princípios religiosos, meios de comunicação e cultura vigente.

Não há ninguém sem ideologia. Há quem se julgue como tal, assim como Eduardo Cunha se considera acima de qualquer suspeita. Como ninguém é juiz de si mesmo, até a minha avó de 102 anos tem ideologia. Basta perguntar-lhe o que acha da vida, da globalização, dos escravos, dos homossexuais etc. A resposta será a ideologia que rege sua visão de mundo.

A proposta da Escola Sem Partido é impedir que os professores eduquem seus alunos com consciência crítica. É trocar Anísio Teixeira, Lauro de Oliveira Lima, Paulo Freire, Darcy Ribeiro e Rubem Alves por Cesare Lombroso e Ugo Cerletto.

Ninguém defende uma escola partidária na qual, por exemplo, todos os professores comprovem ser simpatizantes ou filiados ao PT. Mesmo nessa hipótese haveria pluralidade, já que o PT é um saco de tendências ideológicas que reúne ardorosos defensores do agronegócio e esquerdistas que propõem a estatização de todas as instituições da sociedade.

Não faz sentido a escola se aliar a um partido político. Muito menos fingir que não existe disputa partidária, um dos pilares da democracia.

Em outubro, teremos eleições municipais. Deve a escola ignorá-las ou convidar representantes e candidatos de diferentes partidos para debater com os alunos? O que é mais educativo? Formar jovens alheios à política ou comprometidos com as lutas sociais por um mundo melhor?

Na verdade, muitos “sem partido” são partidários de ensinar que nascemos todos de Adão e Eva; homossexualidade é doença e pecado (e tem cura!); identidades de gênero é teoria promíscua; e o capitalismo é o melhor dos mundos.

Enfim, é a velha artimanha da direita: já que não convém mudar a realidade, pode-se acobertá-la com palavras. E que não se saiba que desigualdade social decorre da opressão sistêmica; a riqueza, do empobrecimento alheio; a homofobia do machismo exacerbado; a leitura fundamentalista da Bíblia da miopia que lê o texto fora do contexto.

Recomenda-se aos professores de português e literatura da Escola Sem Partido omitirem que Adolfo Caminha publicou, em 1985, no Brasil, “Bom Crioulo”, o primeiro romance gay da história da literatura ocidental; proibirem a leitura dos contos “D. Benedita” e “Pílades e Orestes”, de Machado de Assis; e evitar qualquer debate sobre os personagens de “Dom Casmurro”, pois alguns alunos podem deduzir que Bentinho estava mais apaixonado por Escobar do que por Capitu.


Frei Betto é escritor, autor do romance policial “Hotel Brasil” (Rocco), entre outros livros.

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Texto-base que entrega pré-sal ao grande capital avança na Câmara

Postado: Intersindical Central da Classe Trabalhadora

Os governistas descumpriram um acordo feito com a oposição  na quarta-feira para que o projeto não fosse analisado pelo colegiado nesta semana.
Sob forte resistência de parlamentares da oposição, o texto-base do Projeto de Lei 4.567/16 – que retira a obrigatoriedade da Petrobras de participar da extração de petróleo da camada pré-sal – foi aprovado por 22 votos favoráveis e 5 contrários na Comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa o tema.
Com o aval da comissão, o texto deverá agora seguir para análise do plenário da Câmara.
O projeto, de autoria do atual ministro de Relações Exteriores, José Serra (PSDB) – e lobista da petrolífera Chevron – , elimina a obrigação da Petrobras de atuar em todos os consórcios do pré-sal com pelo menos 30% do investimento e de ser a operadora única em todas as áreas.
Na prática, a Petrobras entrega à exploração do grande capital todo o expertise e os investimentos realizados na exploração da camada do pré-sal, algo que nenhuma petrolífera do mundo conseguiu desenvolver até hoje.
Pelo texto, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), órgão de assessoramento da Presidência da República do ilegítimo governo Temer e presidido pelo Ministério de Minas e Energia, ganha a prerrogativa de oferecer à Petrobras o direito de preferência para ser operadora dos blocos a serem contratados sob o regime de partilha.
Ilustração: Amorim

sábado, 9 de julho de 2016

80 horas de trabalho semanais. Precarização generalizada com a terceirização irrestrita.

Por: Edson Carneiro Índio - Secretario Geral da INTERSINDICAL CENTRAL DA CLASSE TRABALHADORA
 
80 horas de trabalho semanais. Precarização generalizada com a terceirização irrestrita. Aposentadoria só aos 70 anos. Possibilidade de chantagem patronal para realização de "acordos" que tornam nulos os direitos garantidos na CLT. Fim da determinação constitucional que destina verbas para educação e saúde públicas. Entrega do pré-sal para as multinacionais. Restrição do Auxílio Acidente de Trabalho e cortes do Auxílio Doença (num país campeão em adoecimento no trabalho).
A agenda do golpe é extensa, comprovando o que dizíamos desde 2014: se a direita e o grande capital retomar as rédeas do governo federal, o povo brasileiro viverá os piores momentos dos últimos 30 anos. Quando dizíamos isso alguns respondiam que não seria nada disso, que pouco ou quase nada mudaria.
Claro que a conciliação de classes e a adesão dos governos presididos pelo PT aos diversos esquemas estabelecidos há décadas no Brasil tem grande parte da responsabilidade pelo golpe e pelo que virá.
Mas os que aplaudiram os batedores de panela, os que flertaram com a movimentação da direita e os que se negaram a construir unidade ampla desde 2015 contra o ajuste fiscal e as saídas apontadas pela direita - que já deixara claro que estava disposta a dar o golpe - também tem sua parcela de responsabilidade pelo quadro de regressão social que se avizinha.
É possível que um amplo processo de luta social derrote o golpe e sua agenda de regressão.
Para isso, é necessário construir as condições para paralisar a produção e a circulação, ocupando os locais de trabalho e as ruas, tornando um inferno a vida e os planos do grande capital e dos apoiadores dessa agenda no executivo, legislativo, judiciário e na mídia.
Por apostar na unidade ampla, a Intersindical está propondo às diversas frentes e organizações a realização de um grande Encontro Nacional em defesa da previdência, dos direitos sociais e trabalhistas e do Pré-sal, para debater e preparar um vigoroso processo de mobilização com capacidade de parar o Brasil, botar abaixo o golpe e o "governo" ilegítimo e barrar a agenda de retrocessos. Nenhum direito a menos. Fora Temer.

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Governo reduz grupo de trabalho sobre a Previdência: de 50 só ficarão 6 pessoas

Postado: Intersindical Central da Classe Trabalhadora

Em uma clara ação antidemocrática, o governo Michel Temer reduz drasticamente, de 50 para 6, o número de integrantes do grupo de trabalho que discute a reforma da Previdência Social. O anúncio foi feito pelo ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB), nesta quarta-feira (29).
A redução, segundo o ministro, visa “garantir o entendimento após os impasses que ocorreram durante os debates”.
“Por que deixou de ser um grande grupo para um grupo menor? Ora, [com] 40, 50 pessoas discutindo, é muito mais difícil chegar a alguma conclusão do que [com] seis. Nós reduzimos o grupo a seis pessoas”, explicou Padilha, sem qualquer pudor em esconder a atitude autoritária que afetará a vida de 200 milhões de brasileiros.
Apesar da redução, o ministro disse que não tomará “iniciativas isoladas”. E acrescentou que “existem propostas diversas das apresentadas por centrais sindicais e empregadores, que não serão reveladas antes de ser formado um consenso”.
“Idade mínima [para aposentadoria] é controversa? É. Mulher deve ter o mesmo tratamento que o homem? É um tema que é controverso também. Levantei dois, rapidamente. Como se faz com quem já está no mercado? Como deve ser a transição? Os trabalhadores, as centrais sindicais, defendem uma tese, os empregadores defendem outra, mas o governo tem outra posição que ainda não expôs. O governo está se guardando para ver se consegue fazer uma coincidência de vontade entre aqueles que serão os beneficiários e os pagadores, seja ele empregador ou empregado”, disse Padilha.
Com informações Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo / Agencia-Brasi