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terça-feira, 31 de julho de 2012

Alexandre Castilho participa do debate Fé e Política na Paroquia São João Batista

Na noite desta segunda feira 31 no debate realizado na Paroquia São João Batista entre os candidatos a prefeitura da cidade de Osasco entre eles o companheiro ALEXANDRE BREVIGLIERI ALVES CASTILHO PSOL, OSVALDO VERGINIO DA SILVA PSD, Pastor REINALDO GUIMARAES MOTA do PMN e JOÃO PAULO CUNHA PT.

Os outros dois candidatos DELBIO CAMARGO TERUEL PTB e o CELSO ANTONIO GIGLIO PSDB não compareceram no debate.

Castilho dialogou com os presentes sobre os principais problemas da cidade que foram sorteados nos temas Saúde; Transporte, Educação, Moradia.

Castilho comentou sobre o caos da Saúde, dificuldades na Educação, a falta do bilhete único e Transporte Público de qualidade. Ficou claro para os presentes no debate que o cidadão osasquense quer é mudar pra valer a cara e o jeito da administração local. A mudança já começou! Vote Alexandre Castilho Prefeito 50 também vote 50 na chapa de vereadores da Frente de Esquerda por Osasco PSOL-PCB-PSTU.

Assista aqui alguns temas que foram debatidos e a posição de Alexandre Castilho

 

Alexandre Castilho participa do debate Fé e Política na Paroquia São João Batista

 

Na noite desta segunda feira 31 no debate realizado na Paroquia São João Batista entre os candidatos a prefeitura da cidade de Osasco entre eles o companheiro ALEXANDRE BREVIGLIERI ALVES CASTILHO PSOL, OSVALDO VERGINIO DA SILVA PSD, Pastor REINALDO GUIMARAES MOTA do PMN e JOÃO PAULO CUNHA PT.

Os outros dois candidatos DELBIO CAMARGO TERUEL PTB e o CELSO ANTONIO GIGLIO PSDB não compareceram no debate.

Castilho dialogou com os presentes sobre os principais problemas da cidade que foram sorteados nos temas Saúde; Transporte, Educação, Moradia.

Castilho comentou sobre o caos da Saúde, dificuldades na Educação, a falta do bilhete único e Transporte Público de qualidade. Ficou claro para os presentes no debate que o cidadão osasquense quer é mudar pra valer a cara e o jeito da administração local. A mudança já começou! Vote Alexandre Castilho Prefeito 50 também vote 50 na chapa de vereadores da Frente de Esquerda por Osasco PSOL-PCB-PSTU.

Fotos: Carlos Roberto kaká

Pinheirinho - Tiraram minha casa, Tiraram minha vida

 

A neblina do amanhecer de 22 de janeiro de 2012 deu lugar à fumaça das bombas arremessadas contra a população de Pinheirinho, bairro popular organizado a partir de uma ocupação em São José dos Campos, São Paulo. As terras pertecem a um milionário especulador, que por 30 anos nunca as utilizou nem pagou impostos. Mas o Estado, ao invés de prendê-lo ou confiscar as terras, perdoou boa parte da dívida e devolveu-lhe o terreno, expulsando as mais de 1800 famílias que alí estavam desde 2004. Animais de estimação, livros, fotografias, brinquedos - todos silenciam, violentados, em meio às ruínas. Mas o Pinheirinho resiste. Este documentário narra os percursos de uma luta contra um Estado que não é de todos, mas apenas de uma minoria.
Apoio: La Mestiza audiovisual, Acessus Coletivo, Festival Latinoamericano de la Clase Obrera São Paulo (FELCO-SP), Cinescadão

Assista o Documentário

Movimentos sociais esculacham o ditador Castelo Branco no Rio de Janeiro

Este é o primeiro esculacho que reúne pessoas para contestar a homenagem a uma figura política que participou do golpe de 64

Vivian Virissimo,

do Rio de Janeiro Brasil de fato

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Foto: Henrique Zizo/Articulação Memória Verdade e Justiça

Na manhã ensolarada desse domingo (29), no Rio de Janeiro, partidos políticos, entidades de direitos humanos, setores da juventude e ex-presos políticos se uniram para repudiar um dos momentos mais sombrios da história brasileira, a ditadura civil-militar (1964-1985). Marchando pela orla de Copacabana até o Leme, cerca de trezentas pessoas esculacharam um monumento que presta homenagem ao primeiro ditador deste período, o marechal Castelo Branco (1964-1967).

Ao chegarem até a estátua do ditador Castelo Branco, na praça do Leme, foi realizada uma mística que relembrou todos os militantes assassinados no período. A estátua também ganhou uma faixa com os dizeres "Ditador do Brasil 1964" e, no final, tintas vermelhas foram lançadas, lembrando o sangue derramado das vítimas. Intercalados por poemas, várias entidades e familiares de mortos e desaparecidos cobraram punição aos torturadores do regime militar. Também houve cobranças para que a Comissão Nacional da Verdade realmente apure todos os crimes da ditadura.

Este é o quarto esculacho realizado no Rio e o primeiro que reúne pessoas para contestar a homenagem a uma figura política que participou ativamente do golpe de 64. “Não podemos permitir que continuemos a homenagear com nomes de praças, monumentos, ruas, lugares públicos aqueles que oprimiram, massacraram e torturaram o povo brasileiro”, denunciaram os articuladores do ato. Eles pedem a extinção de nomes de torturadores ou representantes da ditadura em qualquer monumento público.

Veja o Vídeo

Durante o seu mandato, Castelo Branco aboliu os treze partidos políticos existentes no Brasil, promulgou vários decretos-lei e quatro atos institucionais. Ele também foi responsável pelo fechamento de centenas de sindicatos, pela expulsão de quase seis mil militares das Forças Armadas e a cassação de parlamentares eleitos democraticamente.

A organização do ato foi feita pela Articulação Estadual pela Memória, Verdade e Justiça do Rio de Janeiro, composta pelo Coletivo RJ; Comitê pela Memória, Verdade e Justiça de Niterói; Consulta Popular; Levante Popular da Juventude; Grupo Tortura Nunca Mais; Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST); Juventude do PT; PCdoB; UNE e Sindicato Estadual dos Professores de Educação (SEPE).

Veja fotos da manifestação:

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As “causas perdidas” e o Século XXI

Artigo de: Juliano Medeiros publicado no: Socialismo & Liberdade

O mais recente livro do filósofo esloveno Slavoj Zizek é um verdadeiro petardo contra o falso consenso liberal-democrático. Entre outras razões, porque Em defesa das causas perdidas (Boitempo Editorial) assume claramente o papel de manifesto em favor dos grandes projetos de transformação social – mesmo daqueles que fracassaram. Em tempos de ofensiva das tendências pós-modernas, esta é uma empreitada corajosa. Embora muitos admitam o fracasso do modelo liberal-democrático, poucos são os que se arriscam a propor alternativas. E não é por falta de indignação: a crise que atinge o coração do sistema capitalista demonstra sua irracionalidade, diante da qual só uma saída política radical pode apontar caminhos que a superem. Para responder à suposta crise de alternativas, Zizek propõe retomar os grandes projetos de transformação do século XX. Por isso as chamadas causas “perdidas” (do inglês, lost) deveriam voltar à agenda da esquerda socialista. A meu ver, este reencontro começa, antes de tudo, pela retomada da solidariedade às grandes lutas do século passado, que sobrevivem hoje em diferentes partes do mundo desafiando a farsa do fim das utopias e alimentando a esperança dos revolucionários.

A crise de credibilidade da velha mídia

 

banner_36769Jornais e revistas da velha mídia brasileira fazem reformas gráficas, cobram páginas na internet, dão brindes, mas ficam longe dos principais problemas que os têm levado a essa crise irreversível.
O problema central da decadência da velha mídia é a falta de credibilidade. Não apenas porque tem sistematicamente apostado editorialmente nos candidatos derrotados, como se fossem órgãos dos partidos opositores, mas também porque nem sequer tem, nas suas páginas, o mínimo de pluralismo, que permita aos leitores confrontar pontos de vista distintos.
São os mesmos colunistas, com pontos de vista muito similares, que povoam as chatíssimas páginas da mídia brasileira. (O mesmo acontece no rádio e na tv privados.) A impressão que dão é que seus pontos de vista – nos editorais e nos artigos, muito similares entre si – é que seus argumentos são tão frágeis, que tem medo de se ver confrontados com perspectivas diferentes. Escudam-se então no monopólio dos seus argumentos, como se ainda estivéssemos nos tempos em que ocupavam totalmente o espectro da formação de opinião publica e contavam com governos que concordavam em tudo com eles.
Não haverá recuperação dessa velha mídia, que caminha inexoravelmente para a intranscendência, até porque os jovens não leem mais jornais, usam a internet. A velha mídia oscila entre tentar desqualificar as mídia virtuais ou concorrer com elas.
Nenhum dos dois caminhos dá certo. Com que moral essa velha mídia – que apoiou o golpe militar, com esteve com a ditadura, com o Sarney, com o Collor e com o FHC – vem falar da falta de credibilidade das mídias alternativas? Como querem concorrer, se nas mídias alternativas estão justamente os analistas e as interpretações que eles excluem dos seus espaços?
É uma perda que jornais que já tiveram um papel progressista no passado, tenham se transformado em órgãos de direção politica e ideológica de uma oposição conservadora, sem rumo e sem apoio popular. Que tenham se partidarizado tão fortemente, que editorializem toda a publicação, que percam qualquer interesse para o debate democrático e pluralista.
Mas na verdade a decadência vem de antes, do momento do golpe de 1964. No momento mais significativo da história brasileira, eles ficaram do lado da ditadura e contra a democracia. E nunca fizeram autocrítica. Seu comportamento hoje – e a decadência irreversível em que estão – é, no fundo resultado da opção que fizeram naquele momento. Aquela opção os colocou do lado das elites, contra o povo, sem condições portanto de se identificar com o mais importante processo de democratização econômica e social que o Brasil vive há uma década.

Postado por Emir Sader

Postado: Carta Maior

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Militância do PSOL

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O verão quente da zona do euro

foto_mat_36752A crise da eurozona aprofundou-se de tal maneira que poucos lembram que a Grécia parecia ser o ponto de inflexão do euro nas eleições de junho. Um “default” grego pode ser a gota d’água para fazer transbordar o copo da Espanha. Uma moratória da Espanha, por sua vez, teria um forte impacto sobre a Itália, mas se estenderia também para os bancos dos Estados Unidos, Alemanha e França que têm títulos espanhóis no valor de mais de 720 bilhões de euros. O efeito dominó pode ser fulminante. O artigo é de Marcelo Justo.

Marcelo Justo - Londres

Londres - A zona do euro enfrenta um verão de sobressaltos e ataques especulativos. A Espanha está com a corda no pescoço, a Itália vive a angústia de ser o próximo da lista e nem sequer países supostamente sólidos como Alemanha, Holanda ou Luxemburgo parecem seguros ao abrigo da tormenta. Na segunda-feira, a agência estadunidense Moody colocou em perspectiva negativa a nota máxima (AAA) que outorga às dívidas soberanas destes países, que, em tese, são a fortaleza do euro. Na quarta, a agência desferiu um segundo golpe à economia alemã, rebaixando a nota da dívida de 17 bancos alemães.

Segundo indicou à Carta Maior Philip Whyte, analista do Centre for European Reform (CER), a mensagem é muito clara: a crise do euro já não se limita à periferia. “Não resta dúvida sobre isso. A crise chegou ao coração da eurozona”, disse Whyte. Não foi a toa que o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, declarou nesta quinta, em Londres, que está disposto a fazer tudo o que for necessário para preservar o euro. “E, acreditem, isso será suficiente”, ufanou-se em um encontro de investidores.

A Espanha no caminho do cadafalso

O corte fiscal de 65 bilhões de euros anunciado pelo governo de Mariano Rajoy na semana passada e o resgate dos bancos espanhóis com 100 bilhões de euros acertado pelos ministros de finanças da eurozona no dia 20 de julho não foram suficientes para alterar o veredito dos mercados: o país é um investimento de alto risco.

A taxa de risco – diferencial em relação à taxa de juro dos títulos alemães de dez anos – saltou para 7,5% na segunda-feira, a mais alta desde 1996. As declarações de Mario Draghi em Londres deram um respiro a Espanha: a taxa caiu para 7%. Os economistas consideram que quando essa taxa supera a casa dos 7%, o peso da dívida se torna insustentável. Isso ocorreu com a Grécia, a Irlanda e Portugal: a Espanha não é uma exceção. O problema é que se trata da quarta economia da eurozona, com um tamanho duas vezes superior ao desses três países juntos.

A Espanha era o limite que a eurozona não ia cruzar.

O círculo vicioso

O governo do Partido Popular não cessa de dar sinais aos mercados. A dinâmica é tão similar à que precedeu os regates da Grécia, Irlanda e Portugal que poderia requerer os serviços de um linguista para comprovar que se trata do mesmo roteiro em distintos cenários. Alguém poderia imaginar esse quadro também como uma peça teatral de três atos e um desenlace:

• A especulação dos mercados financeiros encarece o custo da dívida (título catastrófico do primeiro ato).

• O governo anuncia cortes emergenciais para acalmar os mercados (segundo ato).

• O mercado suspira aliviado. Os sorrisos duram alguns dias ou, cada vez mais, apenas algumas horas (intervalo).

• A Alemanha ou o FMI ou o Banco Central Europeu elogiam as corajosas medidas adotadas, mas alertam que é necessário mais um esforço (terceiro ato).

• Renova-se a pressão dos mercados financeiros (desenlace).

Esta dinâmica está fazendo água. As regiões autonômicas estão mostrando os buracos de uma estrutura cada vez mais frágil. Na sexta-feira passada, Valencia solicitou um resgate ao governo central. Esta semana, Catalunha e Murcia fizeram o mesmo. Segundo a imprensa espanhola, a maioria das comunidades autônomas tem sérios problemas de financiamento. Segundo a BBC Espanha, são necessários uns 48 bilhões de dólares para suportar a tormenta.

A hora do resgate estatal parece aproximar-se de forma inexorável com uma grave complicação: um dos cálculos estimados é que a Espanha pode precisar de quase 500 bilhões de euros, quer dizer, praticamente o montante total do Mecanismo de Estabilidade Europeia, fundo utilizado para os resgates.

Itália: “a spending review” e o “spread”

A crise espanhola repercute diretamente na Itália que anunciou em meados de julho a formação de uma equipe de vigilância por temor de um ataque especulativo em agosto. O primeiro ministro Mario Monti ordenou ao governo em seu conjunto que aproveitem o verão no país com o celular preso ao ouvido para reintegrar-se de imediato a seus postos em caso de emergência.

O vocabulário financeiro em inglês está penetrando a linguagem da imprensa italiana e até as conversas de café que falam com naturalidade do “default”, da “spending review” (revisão dos gastos fiscais ministério por ministério) e do “spread” (diferencial da taxa de juro em relação a Alemanha). Segundo a página do Tesouro italiano na internet, as necessidades de financiamento da Itália até o fim do ano chegam a 170 bilhões de euros. Em agosto, os vencimentos da dívida superam a casa dos 30 bilhões.

O problema da Itália é diferente do da Espanha. A Itália tem um alto endividamento (quase 120% do PIB, só superado pelo da Grécia no continente), mas virtualmente um superávit fiscal primário (antes de pagar os serviços da dívida). Um aumento deste juro adicional, o “spread”, para refinanciar sua dívida tem um impacto demolidor sobre a economia.

Este ano as estimativas são de que a economia italiana cairá entre 1,2% (previsão do governo) e 2,4% (estimativa da Confederação Industrial Italiana) e que só voltará a crescer e 2014 desde que o “spread” não dispare. Se disparar, a Itália não vai sair do atual circulo vicioso: uma dívida em contínuo aumento sob o peso das taxas de juro que devoram qualquer possibilidade de crescimento econômico.

O tema é de tal gravidade que, em uma recente análise, o jornal La Reppublica contemplava uma solução drástica: obrigar os próprios italianos, que tenham uma alta taxa de poupança individual, a comprar a dívida. Como um espelho do que está ocorrendo com as autonomias espanholas, a nave italiana começa a fazer água em nível regional: a Sicília se declarou em virtual moratória na semana passada.

A Grécia e o efeito tsunami

A crise da eurozona aprofundou-se de tal maneira que poucos lembram que a Grécia parecia ser o ponto de inflexão do euro nas eleições de junho. Os inspetores da troika (Fundo Monetário Internacional, União Europeia e Banco Central Europeu) encontram-se na Grécia para revisar a marcha do segundo resgate acordado este ano em meio a versões que indicam que a Grécia precisaria entre 20 e 50 bilhões de euros a mais.

A coalizão conservadora encabeçada pelo primeiro ministro Antonis Samaras acordou um plano para um corte adicional de 12 bilhões de euros nos próximos dois anos. Este plano deverá ser aprovado pela troika. A Alemanha já deixou claro que não haveria mais dinheiro se a Grécia não avançasse de maneira “crível” em seus objetivos de redução do déficit. Os alemães se queixam de que a Grécia nunca cumpre com suas promessas de cortes, mas o impacto de abandonar o governo grego é tão previsível quanto um tiro no escuro.

O problema não é tanto a possibilidade de uma moratória grega, mas sim o efeito que pode ter sobre a Espanha, a Itália e o resto da zona do euro. Nenhum país é uma ilha. O efeito dominó pode ser fulminante. No início de 1989, ninguém imaginava que a União Soviética e o mundo comunista estavam a ponto de desaparecer. Em questão de meses, a revolução se estendeu da Polônia a Romênia.

Um “default” grego pode ser a gota d’água para fazer transbordar o copo da Espanha. Uma moratória da Espanha, por sua vez, teria um forte impacto sobre a Itália, mas se estenderia também para os bancos dos Estados Unidos, Alemanha e França que têm títulos espanhóis no valor de mais de 720 bilhões de euros.

O edifício aparentemente sólido do euro, está revelando cimentos tão frágeis que muitos preveem um estouro que pode se converter em uma tsunami da economia mundial. Uma coisa parece clara. Neste verão, a eurozona não terá férias.

Tradução: Katarina Peixoto

Postado: Carta Maior

As autonomias espanholas no olho do furacão

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Os governos regionais também começaram a acusar o golpe da falta de liquidez que asfixia o Estado em seu conjunto e três Comunidades Autônomas – Valencia, Murcia e Cataluña – pediram nos últimos dias ajuda a Madri para dar conta dos vencimentos de sua dívida pública. A situação é crítica é afeta pelo menos 70% das regiões. A catástrofe financeira põe em questão o próprio modelo de Estado assumido pela Espanha na Constituição de 1978 que serviu para resolver suas tensões nacionalistas internas. O artigo é de Oscar Guisoni.

Oscar Guisoni - Madri

Madri - Não é só a banca que enfrenta dificuldades extraordinárias na Espanha em crise. Os governos regionais também começaram a acusar o golpe da falta de liquidez que asfixia o Estado em seu conjunto e três Comunidades Autônomas – Valencia, Murcia e Cataluña – pediram nos últimos dias ajuda a Madri para dar conta dos vencimentos de sua dívida pública. A situação é crítica é afeta pelo menos 70% das regiões. A catástrofe financeira põe em questão o próprio modelo de Estado assumido pela Espanha na Constituição de 1978 que serviu para resolver suas tensões nacionalistas internas. O atual governo do Partido Popular, com uma tradição política de escasso apego ao chamado “modelo autonômico” de corte federalista, piora as coisas adotando um autoritarismo não usual com os governos regionais que ameaça despedaçar acordos constitucionais fundamentais.

domingo, 29 de julho de 2012

Ativistas do Femen, da Ucrânia, realizaram um protesto em frente ao Masp, na avenida Paulista

Agência Estado logoFoto de femen/AE

 

Ativistas do Femen, da Ucrânia, realizaram um protesto em frente ao Masp, na avenida Paulista. O ato pediu por melhorias para as mulheres gestantes no serviço público de saúde brasileiro

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Com calcinhas sujas de tinta vermelha, Sara e Bruna, integrantes do Femen, chamaram a atenção para o descaso da saúde pública com as mulheres gestantes

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O ato, realizado na tarde deste domingo (29) é uma resposta à recente decisão do Cremerj, que proíbe médicos obstetras de participar de partos residenciais

 

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Com os seios à mostra, integrantes do Femen seguravam cartazes em inglês que diziam: 'Nossas crianças, nossa decisão'

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Apesar da importância do tema, o protesto durou apenas 10 minutos e não chamou muita atenção na avenida Paulista

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Alexandre Castilho do PSOL confirma presença em todos os debates realizados na cidade de Osasco.

Alexandre Castilho e o PSOL por entender a importância dos debates que é de extrema importância para o partido. "Ali, podemos mostrar à sociedade que há propostas de candidatos de esquerda na cidade", Poderemos debater questões importantes como a questão da Saúde, Educação, Saneamento Básicos entre outros assuntos que a população precisa saber. Avalia.

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Ilustração: Faber Ludens

1- Fomos convidados hoje para participarmos num debate organizado por uma associação do Rochdale (SOFIA) juntamente com Conselho Paroquial de Pastoral do mesmo bairro.
A regra do debate ainda será debatida, más os organizadores informaram que estão propondo que os candidatos teriam que responder perguntas da população presente no debate.

DATA DESTE DEBATE 30/07/2012 das 19:30 às 22:00 hs. no Salão Paroquial da Igreja, Praça Prof. Anesio Cabral 355.

2-  Debate organizado pela Assembleia Popular, Tv Osasco e Jornal Visão Oeste tem confirmado a presença de todos os candidatos.
Iniciará com apresentação de 2 minutos por candidatos ( Alexandre Castilho encerrará o 1º bloco na apresentação dos candidatos).
Será composto por 5 blocos com perguntas aos candidatos por mesa coordenadora e entre os candidatos 2 minutos para resposta.


DATA 01/08/2012   das 19 hs as 21 hs.  Auditorio do Colegio NSA. Senhora de Misericordia. 
3- Debate organizado pela TNI (webtv). Será composto por 5 blocos com perguntas aos candidatos por mesa coordenadora e entre os candidatos 2 minutos para resposta.Tem confirmado a presença de todos os candidatos.


DATA 10/09/2012   das 21 hs as 23 hs.  Local OAB.
4- Debate organizado pela APOS (assoc. de profs. munic.) com perguntas feitas pelos educadores, sendo sorteados aqueles que a responderam. Será um bloco de apresentação, seguido de bloco de perguntas e respostas e um bloco final de considerações dos candidatos. Estavam presentes os representantes dos candidatos com exceção do Osvaldo.


DATA 12/09/2012   das 19:30 hs as 21:30 hs.  Local Maison Bela Vista. ESTA ATIVIDADE AINDA ESTÁ EM CONSTRUÇÃO.

Entrevista com Alexandre Castilho (Candidato a prefeito em Osasco – PSOL)

“A nossa campanha terá uma mensagem também não só uma mudança de pessoa, mas principalmente uma renovação no estilo de fazer política”

Graciela Zabotto
(politica@webdiario.com.br)


Técnico metalúrgico formado no Senai de Osasco, Alexandre Castilho é coordenador da equipe de inspeção de fabricação da Petrobrás no Estado de São Paulo e Sul do Brasil. Em sua vida política ele já foi candidato a vereador e deputado estadual. Este ano, Castilho participa pela primeira vez de uma disputa para prefeito de Osasco. Dentre os assuntos abordados nesta entrevista, Castilho fala sobre a característica do eleitorado do PSOL e do desafio de fazer uma campanha com pouco recurso financeiro.
Como começou sua militância política?
A minha militância política surgiu da minha caminhada dentro da comunidade católica onde eu fui catequista durante muitos anos, fui ministro da palavra, e atuei durante 20 anos na renovação carismática católica de toda a diocese de Osasco. Atualmente tenho uma ação muito intensa no encontro de casais para Cristo. Essa participação comunitária é que me estimulou a ter uma caminhada na vida política para poder lutar por justiça social. Nesse sentido já saí candidato a vereador na cidade e fui suplente de vereador em duas campanhas.
Ambas pelo PSOL?
Na ocasião era com o PT. Como o PT se desvirtuou da rota original que nós considerávamos correta, se tornou um partido extremamente pragmático e abandonou suas origens, alguns dos filiados viram que não havia mais espaço dentro do partido e romperam para formar ao PSOL. Dentro do PSOL saí candidato a deputado estadual na última eleição com cerca de 3 mil votos dentro da região Oeste e agora fui indicado como candidato a prefeito pelo PSOL.
Nunca disputou uma prefeitura?
Nunca.
Qual é a expectativa para esse ano?
A expectativa é extremamente positiva porque nossa campanha é baseada no boca a boca, em uma divulgação muito restrita. Pelo fato de não sermos um nome muito conhecido na cidade nós estamos aparecendo em pesquisas com cerca de 1% a 2%, ou seja, o boca a boca que fazemos já foi o suficiente para nos colocar na pesquisa. Quando a população começar de fato a nos ver nessa disputa, e levando em consideração a rejeição dos três principais nomes conhecidos na cidade, nós acreditamos que vamos avançar de maneira significativa nas intenções de votos e podemos ser uma surpresa nessa eleição com um nome que é uma novidade e que não carrega rejeição que os demais nomes apresentam no município.
Qual é a característica do munícipe que vota no PSOL?
É um público formador de opinião, que está sempre conectado nas redes sociais e acaba não sendo dependente do assistencialismo da máquina do Estado. Essa é a principal característica de um eleitor ideológico do PSOL. Cabe a nós multiplicar o eleitor nesse segmento.
Este ano o PSDB lança a candidatura de Celso Giglio, o PT de João Paulo Cunha e o PSD do Osvaldo Vergínio. Como é enfrentar esses candidatos?
É um grande desafio, importante e necessário. É por isso que o PSOL se torna uma opção importante no município, justamente para se contrapor a ótica tradicional das eleições que têm acontecido na cidade. Apesar de ter três nomes distintos o estilo de gestão é o mesmo. Nós tivemos praticamente 12 anos de gestão ligada ao PSDB. Foi eleito o PT numa expectativa de mudança na cidade e o que nós vemos é que aconteceu uma continuidade do estilo de política que acontecia anteriormente. Já o Osvaldo era base de apoio do Giglio e foi durante esses oito anos base de apoio do prefeito Emidio [de Souza], então não temos mudança política efetiva na cidade. Temos sim três nomes conhecidos, mas na medida que surgir alternativa e que a população veja essa alternativa com certeza o PSOL vai alavancar dentro das pesquisas.
Qual dos três candidatos é mais difícil para o PSOL enfrentar nas urnas?
A maior dificuldade nessa campanha não é os três nomes. A maior dificuldade nossa são os recursos para conseguir se divulgar dentro da cidade. Nós mesmos nos colocamos nessa situação porque não aceitamos recursos vindos de grandes doadores. Podemos aceitar o dinheiro da quitanda, do recurso vindo da padaria, mas não aceitamos dinheiro de grandes grupos econômicos. Então nosso grande desafio é mostrar para a população que é importante fazer uma campanha política pautada nas ideias, nas propostas, e não é em cima de grandes recursos financeiros. Não acredito em doação de empresário na hora da campanha, acredito em investimento de empresário.
Quem será o seu vice?
Augusto Piva do PCB, e temos também o PSTU na coligação. Estamos formando uma frente de esquerda.
E como será a campanha sem muito recurso?
A partir do momento que você tem uma campanha que não dispõe de recursos financeiros o nosso instrumento não é uma aliança com grupos econômicos ou grande capital, a nossa aliança é com o cidadão, a dona de casa, o aposentado, o líder comunitário, é com o povo simples e lideranças que estão ligadas aos movimentos sociais.
É fácil atingir o eleitorado jovem?
Vamos alcançar bastante esse eleitorado porque a nossa chapa de candidatos a vereador dispõe de representantes da área da educação. Teremos na chapa lideranças do sindicato da APEOESP como candidatos a vereador, professores do sindicato da área da educação, servidor público municipal e teremos também candidatos que são servidores públicos na área da saúde. A nossa campanha terá uma mensagem também não só uma mudança de pessoa, mas principalmente uma renovação no estilo de fazer política, no jeito de fazer política. Será a grande novidade na cidade.
Quais são as suas bandeiras?
Todas as áreas são importantes e tem que ter o seu cuidado, mas temos três bandeiras principais que afetam mais diretamente a qualidade de vida do cidadão da nossa cidade. Elas são a área da saúde, da educação e do transporte público e permeando essas três áreas com a gestão municipal. Então são quatro frentes principais que vamos atuar para melhorar a condição de atendimento da população.
Quem seria o candidato mais forte para enfrentar o senhor no segundo turno?
Como não vemos diferença entre os três grupos o mais complicado é o poder econômico.

Seis policiais detidos por imagens de tortura na Argentina

Um vídeo publicado no Youtube e difundido pelas redes sociais permitiu a prisão de seis policiais acusados de torturar dois presos em uma delegacia da província de Salta, no noroeste argentino. A denúncia foi feita pelo ministro de Segurança da província, Eduardo Sylvester, uma vez conhecidas as imagens que mostram um dos jovens detidos sendo vítima de um método de asfixia conhecido como “submarino seco”, enquanto o outro recebia água fria jogada de um balde. A reportagem é de Francisco Luque.

Francisco Luque - Buenos Aires

Buenos Aires - Um vídeo publicado no Youtube e difundido pelas redes sociais permitiu a prisão de seis policiais acusados de torturar dois presos em uma delegacia da província de Salta, no noroeste argentino. A denúncia foi feita pelo ministro de Segurança da província, Eduardo Sylvester, uma vez conhecidas as imagens que mostram um dos jovens detidos sendo vítima de um método de asfixia conhecido como “submarino seco”, enquanto o outro recebia água fria jogada de um balde.
Os policiais pertencem à Divisão de Drogas Perigosas da localidade de General Güemes e até o momento não quiseram fazer declarações sobre o episódio. As imagens impactantes mostram os policiais torturando os detidos, que estão sem roupas, vestindo apenas cuecas, e ensopados, no pátio da delegacia. Um deles está de joelhos e tem os braços esticados para trás enquanto lhe jogam água na cabeça. O outro recebe um saco plástico na cabeça, enquanto um policial começa a lhe fazer perguntas. Como não responde, fecham a bolsa na altura do pescoço, tapam sua boca com a mão e voltam a fazer perguntas até que ele começa a se contorcer pela asfixia e cai no solo. Só então o saco plástico é retirado de sua cabeça.
Os policiais detidos são Matías Cruz, Marcos Gordillo, Alberto Ontiveros, Leonardo Serrano, Héctor Ramírez e Roberto Barrionuevo, que foi o único que falou até agora ante o juiz para dizer que não é o autor do vídeo.
O vídeo veio a público há uma semana e até aqui a Justiça não conseguiu reunir maiores informações. Segundo fontes judiciais, hoje estava prevista o depoimento de Beatriz Campos, chefe da 11ª Delegacia de General Güemes, onde as torturas foram cometidas. O juiz do caso, Pablo Farah, solicitará ao Youtube informações sobre o vídeo para determinar o endereço IP da origem da publicação e apontar, assim, de que computador ela foi feita.
O Centro de Estudos Legais e Sociais, dirigido pelo jornalista Horácio Verbitsky, indicou por meio de um comunicado que estes fatos “não constituem uma situação isolada”. Para o CELS essas práticas fazem parte do caráter estrutural e cotidiano das violações de direitos humanos que devem suportar as pessoas privadas de liberdade na Argentina. Nos últimos anos, o CELS tomado conhecimento de casos de tortura, maus tratos ou condições desumanas de detenção em nível nacional e em distintas províncias do país.
Alguns exemplos são os incêndios que ocorreram no presídio de Magdalena, na província de Buenos Aires (2005), e em Santiago del Estero (2007); o ocorrido em fevereiro de 2005 no presídio de Córdoba, que evidenciou a crise de um sistema colapsado e violento; as constantes denúncias pela situação das prisões e institutos de menores em Santa Fé, Neuquén e Corrientes, os casos no Sistema Penitenciário Federal; a intervenção da Corte Interamericana de Direitos Humanos em relação à situação de Mendoza ou da Comissão Interamericana de Direitos Humanos pelas denúncias de violência sistemática, torturas e tratamentos desumanos na província de Buenos Aires.
Neste sentido, o CELS defende que é imperioso que o projeto de Lei de Prevenção contra a Trotura, aprovado pela Câmara de Deputados da Nação em setembro de 2011 e que ainda se encontra a espera de votação no Senado, seja tratado com máxima urgência. Este projeto busca cumprir com o mandato do Protocolo Facultativo da Convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Crueis, Desumanos ou Degradantes, das Nações Unidas, assinado e ratificado pela Argentina em 2004 mediante a lei 25.932, estabelecendo um mecanismo nacional independente, com amplos poderes, que preveja a participação da sociedade civil, com alcance em todo o território nacional e articulado com os mecanismos provinciais.
Na mesma direção, o Instituto de Estudos Comparados em Ciências Penais e Sociais (Inecip) expressou seu “mais enérgico repúdio” pelos fatos ocorridos em Salta. “A tortura em lugares de detenção, longe de ser um episódio isolado, não é mais do que a manifestação de um modelo de segurança autoritário, violento, patriarcal, ineficiente e militarizado”, disse o organismo em um comunicado.
Tradução: Katarina Peixoto

Postado: Carta Maior

sábado, 28 de julho de 2012

Carioca volta às ruas para cobrar punição para mensaleiros

 

turma do mensalão

Imagem da internet

RIO - A menos de uma semana para o início do julgamento do mensalão, o Movimento 31 de Julho organiza um ato na orla da Zona Sul carioca a fim de chamar a atenção da sociedade para a reta final do processo no Supremo Tribunal Federal (STF), marcado para o dia 2 de agosto. Está prevista uma caminhada do calçadão do Leblon até Ipanema.

No fim da passeata, os manifestantes cortarão um bolo de três andares, com bonecos dos onze ministros do Supremo em cima, para celebrar o último capítulo do escândalo - um dos maiores da história política do país.

- Estamos às vésperas do maior julgamento da história do Supremo. A conclusão desse processo é um marco no combate à impunidade que reina em nosso país. Vamos para as ruas pressionar e mostrar aos políticos que não aceitamos mais esse tipo de comportamento - afirma Ana Luiza Archer, uma das coordenadoras do Movimento 31 de Julho.

Segundo a coordenadora, este foi um ano de mobilização da sociedade:

- É a hora de reagir a esse modelo político.

Em maio, quando o STF ainda não havia definido as datas do julgamento, os manifestantes organizaram um abaixo-assinado com 37 mil assinaturas para cobrar celeridade ao ministro Ricardo Lewandowski, revisor do processo.

A concentração para a caminhada está marcada para às 10h deste domingo, na altura da rua Rita Ludolf, no Leblon. Por volta das 11h, o grupo segue pela orla em direção ao Arpoador, onde cantarão parabéns para o celebrar o aniversário de um ano do movimento e o início do julgamento.

Por Renato Onofre | Agência O Globo

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Alexandre Castilho para prefeito da cidade de Osasco

 

Produção Carlos Roberto kaká

ONDE ESTÃO NOSSOS DIREITOS ?

A luta pela garantia, ampliação e universalização dos direitos sociais continua!

CartazGrito2012finalA saúde e a educação públicas estão deficientes a tal ponto que é impossível afirmar que são “direitos universais”. O desemprego cresce, indicando que as conseqüências da crise capitalista atual já chegaram por aqui. A precarização do trabalho aumenta, informalmente ou através de mais uma reforma sindical. A imensa carência habitacional e a força do agronegócio mostram que quando uma parcela muito pequena como do jeito que come, só pode ser ás custas da grande maioria que passa fome.

Nos últimos 10 meses, só em São Paulo, cerca de 30 operários da construção civil, morreram no local de trabalho, vítimas da ganância dos patrões e.nenhum dos quais foi punido. Quantos mais foram vitimas de acidentes e doenças do trabalho crescem na mesma medida em que é acelerado o crescimento do lucro. As medidas de isenção fiscal possibilitam que a burguesia nem mesmo contribua para pagar parte do que causa com a exploração.

As áreas sociais sofrem cortes, os governos sucateiam os serviços básicos, aumentando a miséria, a exclusão e o desamparo. Nossa mobilização e resistência devem ser para impedir que as garantias e direitos constitucionais conquistados duramente por nós sejam retirados. Além de dizer que é preciso a tal de governabilidade, os poderosos usam também o argumento de que, para ter estabilidade econômica, é preciso tirar direitos sociais. As mulheres também são atingidas pela violência quando o Estado não lhes dá um sistema de saúde integral, não lhes dá creches, não investe em políticas públicas de atenção e prevenção à violência , necessitamos políticas e leis que promovam a igualdade salarial para trabalho de igual valor.

É a isso que dizemos : NÃO !

Defendemos o atendimento necessário, suficiente e universal nos direitos sociais básicos: Saúde, educação, moradia, transporte, lazer.

A realidade nos mostra que nenhum governo merece nossa confiança, os governos federal, estadual e municipal, estão unidos para defender os interesses do Capital, o sistema responsável por essa situação que aflige nosso povo.

Na cidade de São Paulo, talvez de forma mais visível que em outros municípios, o avanço das chamadas políticas de higienização: trabalhadores e o povo em situação de rua são sistematicamente agredidos e expulsos da região central com truculência, seja pela guarda municipal ou pela PM. Com a aproximação da Copa do Mundo,que se várias comunidades vão sendo expulsas, e vem mais por ai. A violência policial e o extermínio atingem nossa juventude principalmente nas periferias, sendo que os jovens negros são as principais vitimas.A criminalização da pobreza, dos movimentos sociais e sindical uma realidade, e os governos Dilma, Alckmin e Kassab estão juntos nessa.

QUEREMOS E PRECISAMOS DE OUTRA SOCIEDADE !

No capitalismo, como em toda sociedade em que uma classe explora a outra, o Estado está a serviço da classe que explora e é um instrumento para garantir e perpetuar a desigualdade.

Como perspectiva, precisamos romper com esse sistema e construir outro, que seja governado pelos próprios trabalhadores e trabalhadoras organizados. De imediato, precisamos garantir a vida e direitos básicos, acabar com este sistema que joga para suas margens quem já esgotou sua saúde física e mental trabalhando loucamente. Queremos políticas públicas que promovam a vida em todas as suas dimensões, assegurando os direitos sociais e diminuindo as desigualdades sociais. Vamos, juntos, batalhar de forma combinada por estas políticas para a maioria agora e para construir de fato uma sociedade justa e solidária, uma sociedade sem explorados e exploradores, a sociedade socialista.

Vamos todos juntos realizar em São Paulo um grande grito contra a exclusão social. Converse no seu bairro, no seu trabalho, com seus amigos. Juntos somos fortes!

Data: 07 de Setembro de 2012

Local: Concentração na Praça da Sé

Horário: 10:00 hs da manhã

“ Seguiremos  em passeata até o Ipiranga e terminaremos com um grande ato no Memorial do Ipiranga”.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

A greve e os truques do governo

Por Maurício Caleiro, no blog Cinema & Outras Artes:
greve-professores2À medida que vêm à tona análises mais detalhadas da proposta do governo Dilma aos professores em greve, fica cada vez mais evidente que se trata não apenas de uma resposta insatisfatória em termos salariais e de estruturação da carreira. Depreendem-se do episódio aspectos preocupantes quanto às estratégias comunicacionais adotadas pelo governo no episódio, no modo como ele concebe e se relaciona com o professor universitário no Brasil e, sobretudo, no que toca à posição da Educação ante a área econômica do governo, tendo em vista seu planejamento e perspectivas futuras.

Ilusionismo financeiro

Quanto aos aspectos propriamente salariais, claro está que a proposta do governo é de tal ordem sujeita a variações de dados macroeconômicos futuros e à definição exata de datas de reajuste – deixadas em aberto - que não se pode falar categoricamente em aumento. Pois, a depender da inflação de 2012, 2013 e 2014 e de como o governo dividirá percentualmente entre tais anos os reajustes salariais, estes podem ser anulados ou mesmo superados pelo aumento do custo de vida.
Aumentos trienais sem garantia de percentual acima da inflação não significam a priori aumento real, mas uma aposta.

O interminável conflito da mineração peruana em meio ao deserto político

ESCRITO POR EDUARDO GUDYNAS

JULHO DE 2012 – Correio da Cidadania

x240712_capacete.jpg.pagespeed.ic.0T_QQfMtrZO conflito desatado no Peru pelo megaprojeto de mineração Conga é ilustrativo da importância das análises internacionais. Lá, neste investimento de cerca de 4,5 bilhões de dólares, apresentado pelos seus promotores como “a salvação” de uma das regiões mais pobres do país, está sendo disputada uma das mais fortes corridas políticas e econômicas a respeito da compreensão do desenvolvimento da América Latina.

Conga é uma proposta de megamineração a céu aberto de ouro e cobre, no departamento (estado) de Cajamarca. Promovido pela empresa Yanacocha (uma associação de capitais peruanos e a Newmont, uma gigantesca mineradora), sempre esteve envolto em polêmicas. Apesar de se tratar de um enorme investimento (os empresários garantem que chegará a 4,8 bilhões de dólares) e de se esperar que fará disparar as exportações, sempre encontrou resistência local.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Campanha do PSOL vai a base dos Químicos a Bancários de Osasco na Cidade de Deus

Carlos Roberto – Kaká - Secretaria de Comunicação PSOL Osasco

Campanha do PSOl na Cidade de Deus (5)

Candidato Alexandre Castilho entregando matérial na Cidade de Deus

Alexandre Castilho , candidato a prefeito da Frente de Esquerda por Osasco, formada pelos partidos PSOL-PCB-PSTU, no dia 24 de Julho entregou o panfleto e pode conversar com os trabalhadores da CE Embalagens empresa da categoria dos Químicos Unificados – Regional Osasco e lá ouviu dos trabalhadores que Osasco precisa mudar e vão apoiar o companheiro Castilho para prefeito da nossa cidade. Também o PSOL  fez uma panfletagem na Cidade de DEUS no dia 25 de Julho  juntamente com a nossa chapa de vereadores entregando o matérial de campnha e também conversando com os trabalhadores bancários. A mudança já começou!!! Vote Alexandre Castilho Prefeito 50 também vote 50 na chapa de vereadores da Frente de Esquerda por Osasco PSOL-PCB-PSTU

A leitura na fonte única é atraso na vida política

Postado: Correio da Cidadania

Infelizmente, no Brasil, se tem o péssimo hábito da leitura em fonte única. Isto tem muito a ver com antigas orientações, por exemplo, das leituras bíblicas, que só deveriam ser feitas e interpretadas por padres e pastores, supostamente entendidos na matéria. Mas nos vem também das cartilhas escolares em que as lições nos ensinavam a ver no fazendeiro um ser acima de qualquer suspeita, merecedor de todo o respeito, porque era superior em dignidade, conhecimento e em autoridade.

Hoje, se somos leitores do jornal “A” ou “B”, seguimos apenas as suas informações. Se não temos o hábito da leitura cotidiana, seguimos as cartilhas da TV ou do rádio, todos eles instrumentos da incultura capitalista. Pois não é que fazemos o mesmo em relação às orientações políticas, sindicais e religiosas? Só gostamos de ler o que nossos chefes nos indicam e pronto. Só neles acreditamos e os colocamos acima de quaisquer suspeitas.

O conjunto da população brasileira não conseguiu ainda enxergar “os sinais dos tempos”, sugeridos há dois mil anos por Jesus Cristo (independentemente de nossas crenças), e segue se comportando como se o mundo dos humanos não passasse por rápidas mudanças, sobretudo econômicas e sociais. Se estamos ou estivemos vinculados a determinado partido, temos sérias dificuldades em aceitar outras versões dos fatos que não aquelas passadas por nossos gurus, como, aliás, acontece na maioria das igrejas, sindicatos e movimentos populares. A palavra dos chefes é sempre a última e digna de aceitação.

Entretanto, em se tratando da política, tal comportamento favorece um único lado: o dos exploradores do povo. Nosso povo vai aceitando versões e mais versões dos fatos políticos e econômicos como sendo informações corretas e de interesse popular. Não tem o saudável costume de pesquisar, de buscar outras fontes de informações, de comparar. Com isto, perde sua capacidade de perceber como os políticos de plantão mentem descaradamente a cada dia e a cada minuto do dia.

Por exemplo, há forte sensação popular de que a política está toda corrompida, de que os políticos são todos sujos. Mas os brasileiros já começam a discutir se irão votar em A ou B, sem se dar conta de que estarão votando em pessoas que, quando eleitas, irão defender os interesses dos poderosos, uma vez que são os ricaços que financiam suas campanhas eleitorais (salvo raríssimas exceções). Depois de eleitos, os compromissos populares de campanha se tornam “bravatas” de oposicionistas, como nos informou Lula no início de seu governo.

No final dos anos 80, o povo, “bem informado” pela rede Globo, engoliu Collor de Mello e depois teve que vomitá-lo. Depois, seguindo a mesma cartilha, elegeu FHC e seu Real, e assistiu de braços cruzados a entrega de todas as empresas estatais LUCRATIVAS para o capital privado, principalmente para o estrangeiro, roubando descaradamente a nação brasileira. Pior, depois o reelegeu, sempre “orientado” pela mídia burguesa.

Bem, chegou finalmente a era Lula. Havia, porém, uma grande diferença: Pela primeira vez na história deste país o povo elegia para presidente da República – instância política mais elevada do país – um operário, filho de camponês do Nordeste, migrante, um homem sofrido, um líder sindical.

Este, segundo o povo, entendia das necessidades do seu povo e iria governar para mudar o país.

Erramos novamente. O governo formado por Lula apontava para a continuidade da política do seu antecessor, FHC. Cumpria as promessas feitas aos donos do capital em sua “Carta aos Brasileiros”, descumprindo e se “esquecendo” das promessas feitas ao povo durante toda sua vida política (32 anos no sindicato, no PT e na CUT).

Deu continuidade à desnacionalização da economia, autorizou a produção de sementes geneticamente modificadas, apoiou por omissão a ampliação do uso dos agrotóxicos, não combateu o desmatamento, arrochou salários do funcionalismo público da base (sem mexer com os altíssimos salários dos de cima), tirou dinheiro das áreas sociais (saúde, educação, reforma agrária, saneamento básico, meio ambiente), ampliou o pagamento dos serviços da Dívida, favorecendo banqueiros nacionais e internacionais, promoveu reforma na Previdência ferindo direitos dos trabalhadores, entre tantas outras medidas de submissão aos interesses do capital.

Em troca, reservou um punhado de reais para minorar, um pouquinho apenas, a miséria de alguns milhões, sem mexer nas estruturas de forma que se possibilitasse tirá-los definitivamente da miséria. Ganhou um novo curral eleitoral. Foi reeleito e, de quebra, elegeu sua sucessora. Agora seria diferente: a mulher no comando e as coisas iriam, definitivamente, mudar, porque a mulher é mais sensível, é mãe e ainda mais: foi presa e torturada pelos algozes da ditadura. Mas nada mudou.

Mudaram alguns nomes do comando da política econômica, mas não mudou sua orientação. O grande maestro da economia é o Guido Mantega, que fazia parte da equipe econômica de Lula e que ilude o povo a cada vez que passa qualquer informação sobre a conjuntura econômica.

Infelizmente, o governo Dilma continua seguindo a cartilha do poder econômico, sem coragem de mexer nas estruturas que possam tirar este país da rota do abismo em que foi colocado e em que é mantido, apesar de todas as evidências.

Porém, muita gente ainda não consegue buscar informações em fontes diferenciadas e continuamos acreditando que Papai Noel existe e que algum dia nos trará um lindo presente!

Waldemar Rossi é metalúrgico aposentado e coordenador da Pastoral Operária da Arquidiocese de São Paulo.

Greve nas federais: o jornalismo cego às armadilhas oficiais

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Brasil - Caros Amigos - [Sylvia Debossan Moretzsohn] O que dizer de um noticiário que dá de manchete exatamente o contrário da informação correta? Foi o que ocorreu na cobertura da coletiva convocada pelo governo, no fim da tarde de 13 de julho, para anunciar a proposta com a qual pretende pôr fim à greve nas universidades e institutos federais de ensino, que já dura mais

"O noticiário revelou mais uma vez a submissão dos jornalistas às fontes oficiais e a absoluta ausência de apuração própria que resultou em matérias que induzem a erro".

O noticiário revelou mais uma vez a submissão dos jornalistas às fontes oficiais e a absoluta ausência de apuração própria que resultou em matérias que induzem a erro e anunciam o oposto do que a proposta significa. Pois, em vez do alardeado reajuste, os professores terão perda salarial, como se verá. E não apenas isso: o plano de carreira embute armadilhas que, se confirmadas, significarão um retrocesso aos tempos da ditadura.

Comecemos, porém, pelos aspectos mais evidentes da cobertura.

Uma primeira comparação entre as capas de dois dos principais jornais do país já levaria a algum arquear de sobrancelhas: enquanto O Globo alardeia em manchete "Governo cede e aumenta professores em até 48%", a Folha de S.Paulo dá chamada de capa com um índice menor: "Governo propõe reajuste de até 40% a docentes das federais". A discrepância se deve a opções diferentes entre os jornais – o maior índice se refere a professores de institutos federais, e não de universidades – e ao cuidado do jornal paulista em abater, do índice anunciado, o reajuste de 4% já pago aos docentes de universidades no contracheque de maio, retroativo a março, conforme acordo estabelecido no ano anterior.

Ainda assim, ambos os jornais associam os números exuberantes aos cargos de "maior titulação", sem explicar que esse reajuste máximo atinge apenas o restrito grupo de professores titulares. Entre doutores com regime de dedicação exclusiva, tanto adjuntos quanto associados (e essa diferença é relevante, porque os associados ganham substancialmente mais), o índice fica na faixa dos 30%.

Fazendo contas

Os jornais informam corretamente que os reajustes serão concedidos parcialmente, ao longo dos próximos três anos. Porém, "E é aí que fica clara a primeira armadilha da proposta: não se trata de oferta de reajuste, mas da imposição de uma redução salarial, na maioria dos casos" não alertam para o essencial: que se trata de um percentual bruto, do qual, obrigatoriamente, deveria ser descontada a previsão de inflação para o período.

E é aí que fica clara a primeira armadilha da proposta: não se trata de oferta de reajuste, mas da imposição de uma redução salarial, na maioria dos casos.

Há muitos anos, um renomado colunista de economia, convidado a dar uma palestra para estudantes de jornalismo, surpreendeu – e provavelmente decepcionou – a plateia ao responder à pergunta inevitável sobre a preparação dos jovens para a profissão: não repetiu a ladainha de sempre sobre a necessidade de leitura dos clássicos; disse que um bom jornalista precisa saber fazer contas.

Essa tarefa, infelizmente, continua restrita aos especialistas, como o professor Wagner Ferreira Santos, do Departamento de Matemática da Universidade Federal de Sergipe. Ele fez essas contas e disponibilizou o resultado num artigo em que demonstra o engodo de se comparar valores em períodos distintos sem considerar o índice de inflação correspondente, normalmente calculado pelo IGP-M. Com base nesse índice, ele projeta uma inflação de 20% até 2015, de modo que, assim (re)ajustada, a remuneração da grande maioria dos professores (mestres e doutores com dedicação exclusiva, que compõem a esmagadora maioria nas universidades públicas) sofreria, de fato, perda de 0,4% a 11,9%, conforme a titulação e o nível de carreira. Reajuste, a rigor, só para o professor titular (5,9%, nesse percentual corrigido) e para o doutor adjunto nível 4 (1%), como se pode conferir nas tabelas publicadas em seu artigo.

Para esclarecer, o professor argumenta, como se passasse uma tarefa a seus alunos: "Como exercício de fixação, façamos cálculos análogos com o salário mínimo, que é referência para a maioria da população brasileira. Primeiro, mostre que os atuais R$ 622 são realmente maiores que os R$ 510 de julho de 2010. Agora, a pergunta capciosa: se o governo anunciasse hoje que o salário mínimo sofreria aumentos consecutivos em três parcelas, chegando a R$ 700 em julho de 2015, você aceitaria?".

Papagaios das fontes

Os jornalistas presentes à coletiva não apenas não fizeram essas contas como nem sequer indagaram por que a proposta anunciava percentuais brutos e ignorava a inflação projetada para o período. Seria o comportamento elementar de qualquer repórter minimamente qualificado e interessado em trabalhar com dados corretos para divulgar informações confiáveis. Ainda que se considere que o governo, espertamente, venha convocando suas coletivas mais problemáticas para o fim da tarde, quando já não sobra muito tempo para que os jornalistas analisem adequadamente os dados que precisam divulgar "em tempo real", nos sites e no noticiário radiofônico e televisivo. Mesmo que não obtivessem a informação precisa, os repórteres poderiam relativizar o que receberam, e não agir como porta-vozes oficiosos. Entretanto, o máximo que fizeram foi ouvir "o outro lado", o dos dirigentes sindicais, e publicar breves declarações contrárias à proposta, mas tampouco escla recedoras.

"Exige-se a titulação, mas a remuneração correspondente pode esperar. É possível perder essa oportunidade tão clara de ironizar o discurso oficial de 'valorização da carreira'?"

À parte a questão do reajuste, que inevitavelmente ganharia destaque no noticiário, há pelo menos outras duas armadilhas embutidas na proposta do governo para o plano de carreira nas universidades federais, como se pode constatar aqui, e que sequer foram consideradas nas reportagens, como observou o professor Kleber Mendonça, chefe do Departamento de Estudos de Mídia da UFF. Uma delas, que já preocupava as entidades sindicais, é a de que todos os novos professores, independentemente de sua titulação, ingressarão no nível mais baixo da carreira, como auxiliares, e não poderão mudar de classe enquanto estiverem em estágio probatório (o período de três anos ao final do qual o profissional é confirmado ou desligado do cargo). Na prática, isso significa que aquele que já poderia estar recebendo como doutor ficará com remuneração inferior durante esses três anos. Note-se que os concursos, há muitos anos, vêm sendo abertos apenas para doutores, e só excepcionalmente para mestres. Ou seja, exige-se a titulação, mas a remuneração correspondente pode esperar.

É possível perder essa oportunidade tão clara de ironizar o discurso oficial de "valorização da carreira"?

Ironias da história

Além disso, a planilhacomparativa divulgada pelo governo mostra apenas os salários atuais (antes e depois do reajuste de 4% já concedido no mês passado, e retroativo a março) e os salários de 2015. O hiato de três anos até lá é apagado, mais ou menos como em certos anúncios imobiliários em que algumas ruas são suprimidas do mapa para dar a impressão de que o belo imóvel fica a poucas quadras da praia ou de um maravilhoso bosque. Quem olha as planilhas fica com a sensação de que os professores que recebem hoje, digamos, R$ 7.600 (adjunto 1, doutor com dedicação exclusiva), passarão logo a ganhar R$ 10 mil, quando esta é a remuneração para daqui a três anos.

A outra armadilha é que o governo propõe uma mudança no sistema de promoção "nos termos das normas regulamentares a serem expedidas pelo Ministério da Educação". Portanto, propõe que os professores aceitem normas que desconhecem.

É de fazer inveja a Maquiavel.

Mas essa armadilha representa algo ainda mais grave, como lembrou o jornalista João Batista de Abreu, professor no Departamento de Comunicação da UFF: significa um retorno aos tempos da ditadura militar, quando não havia concursos públicos e a cada renovação de contrato os professores tinham que apresentar o famigerado atestado ideológico, emitido pelo DOPS. Quem estava respondendo a processo político não conseguia o documento. Depois da Lei da Anistia, em 1979, essa exigência caiu, mas um chefe de Departamento que não gostasse de determinado professor poderia simplesmente não renovar seu contrato.

João Batista, na época em início de sua carreira docente, recorda da greve iniciada em fins de 1980, que resultou na conquista "A tentação autoritária é um fantasma sempre à espreita" desse aspecto fundamental da autonomia universitária que é a definição do sistema de ascensão funcional, através da constituição de comissões de progressão docentes, responsáveis também pela regulamentação das atividades do professor na instituição. "Se os critérios de progressão passarem a ser definidos pelo MEC", diz João Batista, "voltaremos 30 anos no tempo".

Seria uma dessas ironias da história se isso acontecesse, tendo em vista o passado dos atuais governantes. Mas a tentação autoritária é um fantasma sempre à espreita.

"Proposta definitiva"

Apesar de todas essas considerações, houve quem, embora com vasta experiência profissional – como a colunista de política da Folha Eliane Cantanhêde –, optasse por simplesmente reverberar as informações oficiais, afirmando tratar-se de uma "proposta definitiva", esse absurdo lógico que ignora que uma proposta, por definição, é passível de negociação. Do contrário, trata-se de decisão, deliberação, imposição ou qualquer outro substantivo que expresse uma resolução unilateral de quem tem, ou pensa que tem, poder para agir dessa forma.

Para concluir, as reportagens não deixaram de notar o "impacto" de R$ 3,9 bilhões que essa "proposta definitiva" causará aos cofres públicos, ignorando oportunamente o teor da Medida Provisória 559, já aprovada pelo Congresso e dependendo apenas da sanção presidencial, segundo a qual o governo concede às instituições particulares de ensino R$ 15 bilhões sob a forma de renúncia fiscal.

Assim se faz o jornalismo de hoje, esse jornalismo que certa vez chamei "de mãos limpas", porque se contenta em ouvir um lado, ouvir outro e lavar as mãos, deixando supostamente a conclusão para o público. Não é difícil imaginar a que tipo de conclusão esse público poderá chegar, privado que está das informações elementares a partir das quais poderia elaborar algum raciocínio minimamente fundamentado. Não por acaso tantos colegas professores receberam congratulações de parentes e amigos diante da expectativa do magnífico reajuste. Precisaram pacientemente desfazer o equívoco, para espanto de quem acreditou nos jornais.

Sylvia Debossan Moretzsohn é jornalista, professora da Universidade Federal Fluminense.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Bastidores – O processo de licenciamento de Belo Monte

 

ESCRITO POR TELMA MONTEIRO

Correio da Cidadnia

Começo a partir de hoje uma série de artigos que mostrarão alguns momentos dos bastidores dos principais licenciamentos ambientais de hidrelétricas na Amazônia. O processo de Belo Monte será o primeiro a ser esmiuçado. A segunda etapa do licenciamento de Belo Monte, que levou ao início das obras e que podem selar a destruição do rio Xingu, teve início em 2006 e, até abril deste ano, os 35 volumes somaram 6.696 páginas, sem contar as centenas de anexos e imagens.

Rever a evolução desse licenciamento ambiental conduzido pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) tem me feito retroceder no tempo e olhar os fatos sob outra ótica. Vai ser possível expor alguns deles que marcaram momentos escamoteados do crivo da sociedade. Isso pode ajudar a entender como se viabiliza legalmente, no Brasil, a gestação e o nascimento de monstros em forma de projetos de desenvolvimento, que superam nossos piores pesadelos.

Bastidores não tem prazo de encerramento e vai evoluir para contar ao público como enfiaram Belo Monte e outras hidrelétricas goela abaixo da sociedade. Não será um resumo, nem uma análise, mas uma espécie de memória de passagens inusitadas ou curiosas, registradas oficialmente nos milhares de ofícios, pareceres, cobranças, justificativas, notas, questionamentos e, principalmente, em tentativas de dar um "jeitinho" na lei.

Componente indígena

A questão indígena tem sido um dos principais temas discutidos no processo de Belo Monte. Os impactos negativos e as violações dos direitos indígenas do projeto têm chamado atenção internacional e contado com uma atuação pífia da Fundação Nacional do Índio (Funai).

No Volume V, páginas 808 e 809, do processo de licenciamento ambiental pelo Ibama, está um ofício da Funai, de 22 de dezembro de 2008, assinado pelo Diretor de Assistência, Aluyzio Guapindaia. Esse ofício trata do acompanhamento do processo de licenciamento da UHE Belo Monte no que tange ao Componente Indígena, pois envolveria diferentes etnias e terras indígenas em várias fases de regularização.

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O que mais interessou nesse ofício foi o fato de a Funai classificar a análise dos impactos no Componente Indígena em três grupos distintos: o grupo 1, formado por terras indígenas que seriam diretamente impactadas e, portanto, deveriam ser objeto de trabalhos de campo e levantamento de dados primários para atender ao Termo de Referência – Terras Indígenas Paquiçamba, Arara da Volta Grande, Juruna do km 17 e Trincheira Bacajá; no grupo 2, consideradas no ofício indiretamente impactadas, cujos estudos seriam facultativos, foram elencadas as Terras Indígenas Apyterewa, Araweté do Igarapé Ipixuna, Koatinemo, Kararaô, Arara e Cachoeira Seca; no grupo 3, o ofício esclarece que as comunidades indígenas deverão ser só contempladas com Plano de Comunicação específico, apenas para a etnia Kayapó, para minimizar os impactos psico-sociais herdados do projeto anterior, Kararaô.

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O ofício, então, faz referência a um pedido feito pela Eletrobras, membro do Grupo Gestor responsável pelos estudos de impacto de Belo Monte, para remanejar a TI Trincheira Bacajá do grupo 1 para o grupo 2. Para a Funai, segundo a explicação no próprio ofício, a inclusão da TI Trincheira Bacajá no grupo 1 se dera por sua estreita ligação com o rio Bacajá que é a via de acesso ao Xingu e ao uso que as comunidades fazem dele.

A Eletrobras alegou que os estudos na TI Arara da Volta Grande já incluiriam os dados necessários de campo sobre a TI Trincheira Bacajá. A Funai, sem mais delongas, aceitou o argumento da Eletrobras.

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Esse ofício comprova que a Funai considerou que Belo Monte iria impactar diretamente três TIs. A informação oficial é preciosa e não foi divulgada na época. Isso nocauteia o discurso mentiroso do governo, da Eletrobras, das empresas e da Norte Energia, de que as terras indígenas da Volta Grande do Xingu não sofrerão impactos porque não serão inundadas pelos reservatórios ou pelas obras estruturais de Belo Monte.

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Telma Monteiro é ativista sócio-ambiental, pesquisadora, editora do blog http://www.telmadmonteiro.blogspot.com.br, especializado em projetos infra-estruturais na Amazônia. É também pedagoga e publica há anos artigos críticos ao modelo de desenvolvimento adotado pelo Brasil.