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quinta-feira, 26 de junho de 2014

“Aproveitar o momento eleitoral para mobilizar”

Fonte: Sindicato dos Bancários de Conquista e Região

Mané Gabeira é bancário do Itaú e membro da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro

 

Mané Gabeira Intersindical

A Campanha Salarial está chegando, e o ano eleitoral traz muitas expectativas para a categoria. Conversamos com o diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, membro da Executiva da Contraf e diretor nacional da Intersindical, Manoel Elídio Rosa, o “Mané Gabeira”.

Como está sendo preparada a Campanha Salarial 2014, já que estamos em ano eleitoral?

Em ano de eleição todo mundo gosta de discutir com os trabalhadores. A gente tem que levantar nossas reivindicações, tanto no setor privado, que é o que tem tido a maior lucratividade ano após ano, quanto nos bancos públicos, onde há uma série de demandas nesses 12 anos do governo Lula e Dilma. As perdas salariais do BB e da CEF infelizmente não foram resolvidas. Tivemos aumento real, mas ainda há uma defasagem salarial. Temos que usar a pressão eleitoral junto ao Governo e ao próprio sistema financeiro, preparar a categoria e dizer aos bancários que mais uma vez precisamos contar com a nossa organização e a nossa mobilização. Temos que aproveitar o momento eleitoral para mobilizar a categoria. 

E em relação aos bancos privados, quais são os focos da Campanha?

Embora o sistema financeiro seja o setor mais lucrativo da economia brasileira, ele sempre faz um discurso levantando que há uma conjuntura difícil, mesmo com uma lucratividade que nos bancos privados supera 20%. Temos hoje a questão das demissões, principalmente no Santander, que é um banco que tem demitido muitos trabalhadores, além do Itaú e do Bradesco. Precisamos levar à discussão o emprego e o salário da categoria, que é rebaixado pelas exigências que se fazem hoje. Vocês em Vitória da Conquista devem acompanhar as condições de trabalho e o adoecimento da nossa categoria, que é muito grande e nós precisamos discutir esses problemas, questionando a organização dos bancos, principalmente esse excesso de metas cobrado dos bancários. Mais de 10% da categoria é adoecida pelo excesso de pressão. Os bancos privados aumentam o seu patrimônio liquido em quatro anos, e isso não acontece em nenhum país do mundo. Se você pegar os bancos europeus ou americanos, eles levam 100 anos para aumentar seu patrimônio. 

Podemos dizer que os bancos públicos estão mudando seu perfil e exigindo do bancário uma atuação típica dos bancos privados?

Os bancos públicos infelizmente estão se adequando às relações de mercado dos bancos privados. Você entra numa agência do BB e da CEF e vê a mesma venda de produto do Bradesco e do Itaú. Aquele papel de financiar o comércio, a indústria, a agricultura, vem sendo deixado de lado. Sabemos que é uma lógica de mercado, mas não podemos nos adequar a essa lógica. Ser banqueiro no Brasil é uma cosia muito simples, você só capitaliza e fica com os lucros. Na hora em que há uma mudança, uma perda, o Governo banca tudo. Então é fácil ser banqueiro. Tem que ser banqueiro é para discutir as condições sociais do país, os projetos que levarão o Brasil ao desenvolvimento e debater as demandas da categoria bancária. 

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