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segunda-feira, 9 de junho de 2014

Sem água e Sem metrô: Demitam Geraldo Alckmin e deixem os metroviários exercer seus direitos!

Helena Silvestre

Hoje, 09 de junho, foi um dia bastante tenso. Talvez muitas pessoas nem possam imaginar a angústia que toma conta de alguns de nós, militantes, ativistas e participantes de movimentos sociais em alguns momentos de luta.

Vivemos em um país muito rico em que o povo é explorado e mantido muito pobre. Há muitas maneiras de se perpetuar isso e estas maneiras tem sido reproduzidas por todas as esferas de nossos governos – da cadeira presidencial aos gabinetes de vereadores e subprefeitos.

Há muito tempo lutamos – às vezes com poucas forças – para garantir o mínimo de dignidade em nossas condições de trabalho, de estudo, condições mínimas de saúde, enfim, justamente porque com tanta injustiça nesse Brasil, ficar calados é um crime. Quem cala consente, diziam os mais velhos e, quem fica quieto diante das injustiças acaba sendo cúmplice dos que exploram.

Há quase um ano atrás, os metroviários de São Paulo deram um exemplo que ainda hoje me emociona: Quando a população lutava para não permitir que aumentassem a tarifa dos metrôs e ônibus, os metroviários, ao invés de ficarem no seu canto, calados, se fizeram sair publicamente em apoio à população, lembrando que eles – como trabalhadores dos tranposrtes – estavam de mãos dadas com os usuários por um transporte melhor e digno para todos e todas. Foi uma lição. Não era por salário, não era por benefícios, não era para eles: Era uma luta de todos e eles não iriam se calar e ser cúmplices dos exploradores, eles estavam de mãos dadas com a população.

Quando nós dos movimentos populares, das comunidades, favelas, associações de bairros, clubes de mães e etc, saímos às ruas contra o aumento, fizemos amigos entre os lutadores e lutadoras que trabalham no metrô e que com a gente lutavam. Por isso falei da angústia.

Um ano depois podemos dizer que vivemos a São Paulo em que o prefeito sai na foto abraçado com Paulo Maluf, na cidade em que o estádio matou um trabalhador, na cidade que o governador deixou sem água e, claro, a cidade onde os metrovuários – que um ano atrás foram à luta junto com a população – são tratados como bandidos por quererem melhores condições de vida e trabalho digno.

Alguns jornais dizem que os trabalhadores querem demais: Demais?! Não vi estes mesmos jornais falando com tanta raiva do roubo absurdo (que segundo o MP ultrapassa os 2 bilhões) através de corrupção no metrô. Hummm, talvez estes jornais tenham amigos em empresas como a Alston, ou mesmo no governo do estado de São Paulo.

Outros dizem que os metroviários atrapalham a população. Ora, se o governador não negasse reivindicações tão básicas, não haveria greve. Alckmin acha nuito um aumento de 12% ou 15% para um metroviário, talvez porque o salário de governador seja mais que 20 mil reais.

Para o governador, para os jornais, para a polícia, os metroviários são uma palavra que eles usam como querem para defender os interesses de quem sempre mandou neste país. Para nós, que acreditamos em um mundo justo onde os mais pobres poderão viver com dignidade e em paz, metroviários são amigos, amigas, pais e mães de família que estão hoje sendo agredidos, presos, torturados, difamados, apenas por exigirem o mínimo: uma justa paga por seu trabalho.

Para nós, a palavra metroviários nos traz à memória passeatas em que caminhamos de mãos dadas contra o aumento da passagem e por tudo aquilo que andava entalado em nossa garganta. Metroviários são aqueles e aquelas que vestiam uniforme de protesto denunciando o sufoco em apoio ao povo em luta.

Parece que o governador não aprendeu nenhuma lição do massacre do Pinheirinho, das lutas contra o aumento da tarifa e da greve dos metroviários: Não duvide da capacidade dos trabalhadores. Unidos nós podemos muito mais.

Todo apoio aos Metroviários!

Helena Silvestre – Militante do Luta Popular

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