Postado:Brasil de Fato
Rodolfo Pavan
Poucos metros antes da passeata chegar ao seu final, ouviu-se um estrondo que foi o suficiente para a PM dispersar o ato
24/01/2015
Por Bruno Pavan
Da Reportagem
As ruas do centro da capital foi o cenário escolhido para o quarto grande ato contra o aumento da tarifa de trens e ônibus na capital. Depois do ato da última terça (20), que foi o primeiro que conseguiu terminar pacificamente, as milhares de pessoas concentradas no Teatro Municipal, esperavam que seu trajeto não sofresse com a ação da PM.
Antes do ato começar, o militante do Movimento Passe Livre Lucas Monteiro reforçou que os manifestantes esperavam tomar as ruas de São Paulo pacificamente.
A tradicional queima da catraca
Foto: Rodolfo Pavan
“A intenção do movimento não é fazer um ato com confronto com a PM mas sim demonstrar a força da população nas ruas e mostrar que este aumento é inaceitável. Essa é nossa expectativa para o ato, mas a gente não tem como prever qual vai ser a reação da Polícia Militar”, disse.
Como nos atos anteriores, o trajeto foi escolhido democraticamente alguns minutos antes do protesto começar. Evitando passar pela avenida Paulista, os manifestantes escolheram tomar as ruas centrais de São Paulo. Passariam pela prefeitura, partiriam para a frente da Empresa Metropolitana de transportes Urbanos de São Paulo (EMTU), rumariam para a Assembleia Legislativa e terminariam o ato na Praça da República.
Nem a forte chuva que caiu durante grande parte da passeata nem o cerco permanente da PM durante o trajeto desanimou os 15 mil manifestantes, de acordo com o movimento, e 1.200, de acordo com a Polícia Militar. A reportagem acompanhou a considera que o número do movimento tenha se aproximado mais da realidade.
A repressão
Por volta das 20h30, quando o ato estava próximo de chegar ao seu destino final, a Praça da República, começou a confusão envolvendo alguns manifestantes e a PM.
Um grande barulho pôde ser ouvido, mas a reportagem não conseguiu identificar de onde partia. Um pequeno grupo de Black Blocks andou, durante boa parte do protesto, ao lado de nossa equipe. Ao ouvir o barulho e que a polícia se preparava para reprimir a manifestação, militantes do Passe Livre pediam calma e para que ninguém descesse ao encontro dos PMs.
Depois do estouro, um rojão foi lançado em direção a polícia, que a essa hora já estava cercando a manifestação por completo e começou a dar tiros de borracha e lançar bombas de gás lacrimogêneo. Em questão de minutos os manifestantes de dispersaram completamente e o centro da cidade já estava tomado com viaturas da PM. Poucos minutos depois do início da confusão, caminhões da Rota já saiam das esquinas.
Minutos depois da dispersão do ato,
ruas do centro já estavam tomada de policiais
Foto: Rodolfo Pavan
A versão oficial da Polícia Militar diz que a tropa foi atacada pelos manifestantes. Já dezenas de manifestantes ouvidos pela reportagem disseram que a bomba partiu da própria PM.
De acordo com informações dos advogados que estavam auxiliando os manifestantes, seis deles foram levados ao 2o DP e outros dois ficaram feridos.
A próxima manifestação do movimento já está confirmada para a próxima terça0feira (27), a partir das 17 horas, no Largo da Batata, zona oeste da capital.
“Estava saindo do trabalho e fui agredido”
Nos momentos de correria no centro da cidade, a polícia acabou agredindo um jovem que não estava na manifestação. Igor da Silva Rodrigues trabalha na Praça da República em uma empresa de cobrança e é filho de um delegado da Polícia Civil.
“Eu estava saindo do trabalho e esperei a manifestação passar pra ir embora. Quando eu pisei na rua a polícia veio a começou a bater nas minhas costas. Não consegui ver nada porque ele estava de capacete e escudo, mas se não fosse meus colegas de trabalho me puxarem pra dentro, eu ficaria caído no chão”, contou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário