Translate - Tradutor

Visualizações de página

terça-feira, 21 de julho de 2015

CPI da Bike investiga qualidade e implementação de ciclovias no Rio

É cada vez maior o número de pessoas que utilizam a bicicleta como meio de transporte na cidade.

Por Fania Rodrigues

Do Rio de Janeiro (RJ) BRASIL DE FATO

 

O Rio de Janeiro possui, hoje, 300% de ciclistas a mais que dez anos atrás, segundo dados da ONG Transporte Ativo. E poderiam ser muito mais, não fossem os problemas diários enfrentados pelos adeptos da bicicleta. Dentre as principais dificuldades estão a falta de ciclovias adequadas, de educação no trânsito e de segurança de modo geral.

Isso foi o que apurou a CPI da Bike instalada na Câmara dos Vereadores do Rio, em junho desse ano. A comissão parlamentar foi criada depois do assassinato do médico Jaime Gold, morto em um assalto na Lagoa Rodrigo de Freitas enquanto passeava de bike. No entanto, os vereadores apuraram que a principal causa de agressões e mortes de ciclistas é o atropelamento. “Apesar do clamor por mais policiais onde circulam os ciclistas, constatamos que o trânsito é o maior vilão. Cerca de um a dois ciclistas são vítimas de acidentes, por mês, no Rio”, garante Jefferson Moura (PSOL), presidente da CPI da Bike.

pablociclo

Foto: Pablo Vergara

Problemas

Os vereadores agora querem investigar as condições, a qualidade e a extensão das ciclovias construídas nos últimos anos, assim como os novos projetos em andamento. “A ciclovia de Laranjeiras tem pontos preocupantes, como banca de jornal no meio da pista. Em uma parte do trajeto, contado como ciclovia, as bicicletas vão circular junto com os carros. Tem alguma coisa errada nesse projeto, que custou mais de um milhão de reais”, denuncia Moura.

A CPI deve encerrar os trabalhos em novembro e o relatório final, segundo o vereador, vai apresentar sugestões de mudanças para o setor, como a criação de delegacia especializada no roubo de bike e no atendimento ao ciclista. Também deve aumentar o rigor na compra e venda de bicicletas.

Vendas

Atualmente, mais de 80% das vendas de bikes pela internet são feitas sem nota fiscal, de acordo com a CPI. Sobre isso, o vereador Jefferson Moura informou que foi realizada uma reunião com os representantes da OLX e do Mercado Livre. Os dois gigantes da web assumiram o compromisso de publicar o número de registro das bicicletas no anúncio de venda. “Agora essas informações poderão ser cruzadas com o banco de dados da Polícia Civil e assim vamos dificultar o comércio ilegal de bike”, afirma o presidente da CPI.

Novos hábitos

A comerciária Patrícia Rodrigues de Araujo já incorporou a bicicleta em seu estilo de vida. Ela mora no Grajaú e trabalha no centro. O trajeto que hoje ela faz em 30 minutos pedalando, antes demorava mais de uma hora de ônibus. “Economizo tempo, é um transporte mais saudável e não polui o meio ambiente. Mas falta ciclovia e segurança. Outra coisa importante é a integração com o transporte público. Hoje só podemos transportar bicicleta no metrô depois das 21h, durante a semana. Seria bom estender esse horário e ter pelo menos um vagão onde isso fosse permitido”, reivindica a ciclista. Patrícia trabalha no Rio Bike Café, um lugar no centro do Rio que oferece bicicletário e banheiros com duchas para os usuários de bikes. “Observamos que o número de ciclistas vem aumentando, mas poderia ser maior se o usuário contasse com mais estrutura e incentivo”, afirma.

A servidora da Petrobrás, Carmen Navas, também usa bicicleta todos os dias, mas só até a estação de metrô mais próxima da sua casa. A Petrobrás construiu um bicicletário em 2013, com 50 vagas. O número foi ampliado para 75 vagas em 2014, mas ainda assim é pouco. “Faltam vagas para bike e essa é uma briga antiga. Também não há segurança nos túneis por onde passo, então tenho medo”, explica a servidora. (FR)

Nenhum comentário:

Postar um comentário