Contra o impeachment, contra o ajuste fiscal
e pelo fora Eduardo Cunha, milhares de trabalhadoras e trabalhadores
foram às ruas de todo o Brasil nesta quarta-feira. Em São Paulo, onde se
realizou a maior manifestação, diversos movimentos sociais, com
destaque para o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), entidades
sindicais e estudantis ocuparam a avenida Paulista até a Praça da
República, onde finalizou o ato. A Intersindical Central da Classe Trabalhadora se somou a atividade, como vem se empenhando pela unidade em torno da pauta e dos interesses populares.
Na descida da Rua da Consolação, uma das grandes
avenidas da capital paulista, do início da manifestação não se enxergava
seu fim, tamanha era a imensidão de trabalhadores participando da
atividade. As mulheres, inclusive, tiveram um destaque particular neste
ato, por estarem em elevada quantidade de companheiras.
Coordenador Nacional do MTST, Guilherme Boulos
esclareceu que “a maioria do povo brasileiro, vai estar nas ruas e não
vai aceitar o impeachment porque ele é ilegítimo, fruto de
chantagem de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que não tem condições de ser
deputado”. Ele também recordou que foi o Fernando Henrique Cardoso
(PSDB-SP) quem inventou as pedaladas fiscais no governo dele. Para
Boulos, “o impeachment significa a tentativa de construir uma saída à direita para a crise”.
Edson Carneiro Índio, Secretário Geral da Intersindical,
disse que os trabalhadores estão nas ruas “para rechaçar o processo de
impeachment, que não veio pra punir pedalas, para combater a corrupção
ou para melhorar a vida do povo brasileiro”. Segundo ele, um “fora
Dilma” vai permitir que o Michel Temer possa aplicar o programa que o
PMDB negociou com o grande capital. Eles querem acabar com garantias
sociais da Constituição Federal, impor aposentadoria só depois dos 65
anos, aprovar a terceirização geral e irrestrita, além de privatizar a
Petrobras”.
Em sua análise, a substituição de Dilma não seria
favorável aos trabalhadores. “Precisamos ocupar as ruas para derrotar o
ajuste fiscal, reduzir a taxa de juros, que só beneficia os banqueiros,
acabar com a política de cortes no programa Minha Casa Minha Vida,
cortes na educação”.
Índio esclareceu que “ser contra o impeachment
não se traduz em apoio ao governo. Queremos mudança da política
econômica que beneficie os trabalhadores, a juventude pobre e negra, as
mulheres”.
No mesmo sentido, Gilmar Mauro, do Movimento dos
Trabalhadores Sem Terra (MST), afirmou que são as reformas estruturais e
o não retrocesso de direitos que a classe trabalhadora quer discutir.
“A batalha das ideias tem de continuar no próximo período. É preciso
dizer que quem paga as contas nesse país é a classe trabalhadora e que
toda a produção passa pelas mãos dos trabalhadores. Não viemos para as
ruas a toa. É a nossa pauta que queremos discutir no próximo período”,
apontou.
Afastamento de Cunha
Ao fim da manifestação, que literalmente cobriu
de povo a Praça da República, os presentes receberam a informação de que
a pressão pelo país tinha surtido efeito favorável: o Procurador-geral
da República solicitou junto ao Supremo Tribunal Federal o afastamento
de Eduardo Cunha do cargo de deputado federal e, consequentemente, da
presidência da Casa.
Na última terça-feira, 15, a Polícia Federal já
tinha cumprido um mandado de busca e apreensão na em sua casa a pedido
do Supremo Tribunal Federal (STF).
Construção unitária e de esquerda
Em São Paulo a manifestação foi composta por
muitas pessoas a favor da pauta e não ligadas a movimentos organizados
e, também, foi construído por uma comissão operativa composta por MTST,
CUT, INTERSINDICAL, CTB, UNE, MST, CONEN.
Além de participação de outras entidades como
MAS, Brigadas Populares, MLB, Círculo Palmarino e contou com
representantes de diversos partidos, entre eles o PSOL.
Confira abaixo as imagens do ato:
(clique na imagem para vê-la maior e navegar entre as fotos)
Foto capa da matéria: Nelson Ezídio / Fotos: Alexandre Maciel e Nelson Ezídio
(clique na imagem para vê-la maior e navegar entre as fotos)
Foto capa da matéria: Nelson Ezídio / Fotos: Alexandre Maciel e Nelson Ezídio
Além
de participação de outras entidades como MAS, Brigadas Populares, MLB,
Círculo Palmarino e contou com representantes de diversos partidos,
entre eles o PSOL.
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Foto capa da matéria: Nelson Ezídio / Fotos: Alexandre Maciel e Nelson Ezídio
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