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quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Chávez ganhou, a direita não aceita

O povo está participando, sendo protagonista do seu futuro. É por isso que os EUA querem o fim de Chávez e seu projeto bolivariano

Postado: Brasil de Fato

Vito Giannotti

A direita dos EUA e seus discípulos no Brasil, sobretudo os grupos da mídia empresarial/patronal, não admitem esta derrota. A mídia – agrupada na revista da editora Abril, no jornal que falou da “Ditabranda”, no empresarial Estadão e nas Organizações Globo – está altamente contrariada. E tem razão. Como declarou Chávez, logo após votar, dia 7 de outubro, “o que está em jogo nesta eleição é o modelo neoliberal”. Na mesma hora o site daVeja colocava sua cobertura que começava a frase: “O ditador Chávez...” Ditador? Com esta eleição disputada, fiscalizada, observada por centenas de enviados internacionais? E daí? AVeja continua sua cruzada, feita de mentiras, como capitã da extrema direita no nosso país.                

A eleição do dia 7 de outubro foi a mais fiscalizada do mundo. Os EUA e seu candidato, o aprendiz de golpista Capriles, estavam doidos para achar alguma irregularidade. Queriam virar a mesa. Mas não deu. Um dos grandes observadores foi Ignácio Ramonet, do Le Monde Diplomatique. Ele se instalou em Caracas, observou as eleições e declarou: “Venezuela é exemplo de democracia para a Europa em crise que está sendo penalizada pelo fracasso do neoliberalismo”. E continuou: “As eleições na Venezuela desde 1998 são um jogo limpo e aberto”.            

A mesma coisa foi dita pela guatemalteca Rigoberta Menchu, prêmio Nobel da Paz que esteve em Caracas fiscalizando o pleito. A lisura total das quatro reeleições de Chávez foi sempre reconhecida por um observador dos EUA acima de qualquer suspeita de ser amigo de Chávez: Jimmi Carter. Mas o que a mídia empresarial brasileira não admite é uma última frase de Ignácio Ramonet, após a vitória de domingo: “Esta eleição mostra que é possível governar de outra forma”. Sim, é exatamente isso que a direita não admite. Como deixar ganhar alguém que fala em “Socialismo do Século 21”?              

Na esquerda muitos se queixam que o bolivarismo de Chávez não é revolucionário, não é marxista. Verdade. Mas a consciência do povo venezuelano está se abrindo para a necessidade de um novo modelo, contrário ao neoliberalismo hoje hegemônico. O povo está participando, sendo protagonista do seu futuro. É por isso que os EUA querem o fim de Chávez e seu projeto bolivariano. Por isso que a imprensa controlada pelo Império e seus discípulos na Veja, FSP, GLOBO e OESP envenenam os olhos e as mentes de suas vítimas.            

A direita venezuelana, com todo o carinho da mídia da direita do continente, vai tramar mil e uma coisas para dar um golpe neste projeto. Hoje não precisa um golpe militar. Há outros meio disponíveis à mão. É só se lembrar do Paraguai de Lugo. Tudo eles farão. E daí? O que fazer? É sempre o mesmo refrão: construir nossa mídia contra-hegemônica. Forçar a mudança das leis atuais que só servem ao império da mídia patronal.    

 

colunista_Vito_GianottiVito Gianotti nasceu em uma família proprietária de uma pequena fábrica de calçados, na Itália. Seu pai era fascista, "inimigo mortal dos socialistas e comunistas". Apesar da influência que recebeu no lar - e talvez justamente por causa dela - resolveu dedicar a vida para lutar ao lado da classe trabalhadora, contra a exploração. Viajou o mundo e acabou no Brasil, onde se tornou metalúrgico e engajou-se na resistência à ditadura militar. Sua universidade foi a fábrica. Fanático por livros, devorou muitos. E escreveu 20, dentre os quais Muralhas da Linguagem (Mauad, 2004) e o recém-lançado História das lutas dos trabalhadores no Brasil(Mauad, 2007). Hoje, com 63 anos, coordena o Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC), entidade que se dedica a aperfeiçoar a comunicação dos trabalhadores para disputar a hegemonia na sociedade.

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