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sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Fiat planeja sair da Itália

por Vito Giannotti

Não é novidade. Desde três anos atrás a mídia italiana, controlada quase na totalidade pelo império de Berlusconi, o famoso ex-premier descaradamente neoliberal, divulga que os trabalhadores da Fiat estão ameaçados de um belo desemprego definitivo. A conversa é a mesma de todos os governos europeus: superar a crise, a crise, a crise. No final de 2011, em nome de manter o emprego, a Fiat impôs a total flexibilização dos direitos trabalhistas, com a conivência das centrais sindicais. A única força a se opor foi a Federação Metalúrgica (FIOM). Mas a Fiat, maior fábrica do país, continuou firme em sua decisão. Agora em setembro 2012, volta o ataque, com o mesmo lenga –lenga: salvar a Itália da crise. A Fiat está decidida a fechar quase todas as suas unidades italianas. Até a da sede-berço em Turim, a planta de Mirafiori, palco de históricas lutas da classe operária italiana.

Nada de novo na Europa dominada pelo capital financeiro do Banco Mundial, Banco Central Europeu e Banco Alemão. Os números do desemprego são conhecidos: Espanha, mais de 25%, Grécia, nem se fale. Portugal e Irlanda estão na mesma linha. Qual a saída? Para o capital, seja ele financeiro ou industrial, é sempre a mesma: fazer os trabalhadores pagar a crise. E mais, aproveitar desta ótima crise, para eles, e diminuir os custos das suas empresas. Diminuir não provisoriamente, mas para sempre. De sobra terão um rebanho de trabalhadores humilhados, quebrados e mansos. Com isso será possível rebaixar salários, aposentadorias e tudo mais. Mas isso não é novidade. Já Hayek, em seu livro-bíblia do neoliberalismo, O Caminho da Servidão de 1944 escrevia: “é preciso criar um forte desemprego”.

E para os trabalhadores, o que sobra? A tarefa de reconstruir seus partidos socialistas, comunistas, partidos operários. Reconstruir sua mídia desde os tradicionais jornais a todos os meios eletrônicos de hoje. E com isso, retomar a luta para destruir o sistema que fecha a Fiat, ou a GM, ou a Mercedes, e acaba com a lembrança do sonho do velho “estado de bem estar social”, ou de um estado socialista de verdade.

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